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'Vai acontecer comigo o que aconteceu com a Marielle', diz vereadora negra

Ao G1, ela falou sobre as ameaças, o assassinato do companheiro e dos planos para o mandato.

A professora Ana Lúcia Martins (PT), de 54 anos, tornou-se no domingo (15) a primeira vereadora negra eleita em Joinville, no Norte catarinense. Mas o que era para ser uma semana de alegria após a vitória tornou-se de desgaste físico e emocional.

Quando soube da ameaça de morte publicada em uma rede social, na terça-feira (17), durante a reunião com assessores, ela logo pensou: "Vai acontecer comigo o que aconteceu com a Marielle. E eu me perguntava, gente, mas eu nem assumi o mandato", disse Ana se referindo à vereadora do Rio de Janeiro morta em 2018, quando estava no carro com o motorista Anderson Gomes. Ambos foram alvejados por tiros. Ainda não houve condenação.

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Educadora por vocação, Ana Lúcia afirma que, de imediato, temeu por ela e pela família. A mensagem que dizia "agora só falta a gente m4t4r el4 [sic] e entrar o suplente que é branco" permanece na mente de Ana Lúcia.

Ao mesmo tempo, a vereadora eleita classificada em sétimo lugar nas eleições municipais afirma que o episódio dá força para seguir com os planos de candidatura de paz no Legislativo. Ela assume para a gestão 2021 - 2024.

Ana nasceu no bairro Floresta, zona Sul de Joinville, atuou como servidora pública, professora e é uma das lideranças na defesa dos direitos das mulheres, da população negra, imigrantes e de comunidade periféricas na cidade, que é o maior colégio eleitoral de Santa Catarina.

"Desde a minha adolescência eu participo de movimentos sociais, participo do movimento negro, da organização de mulheres negras e todos esses movimentos fortaleceram essa candidatura e todos esses movimentos e muitos outros estão sendo solidários. Ninguém vai nos impedir de ocupar este lugar", afirmou a vereadora eleita.

Companheiro vítima de latrocínio

O vigor que tem a ajudou superar também a perda do companheiro Maurício Rosskamp, que, em dezembro de 2018, foi assassinado com golpes de pedra. A polícia concluiu que o crime se tratou de um latrocínio - roubo seguido de morte.

"Quando aconteceu o assassinato do meu companheiro eu recuei, essa é a verdade, eu recuei e pensei então não vou enfrentar esse espaço violento demais. Não estou aqui dizendo, afirmando que o assassinato do meu companheiro teve uma motivação política, não estou afirmando, mas também não descarto, nós, em momento algum descartamos isso", afirma a vereadora eleita.

Em abril de 2019, duas pessoas foram condenadas pela Justiça pela participação na morte de Rosskamp. Após o período de luto, Ana Lúcia conta que deu a volta por cima e aceitou o convite para a candidatura. Segundo ela, as ameaças não vão fazê-la recuar.

Mandato

Apesar das ameaças, ela diz que não vai recuar e que seguirá atuando em prol de minorias, de movimentos sociais e da educação.

"Apesar do medo instantâneo, não tem como não ter, a nossa sensação e nosso sentimento é de que sim, vamos resistir, nós vamos fazer um mandato ainda melhor, um mandato educador, transformador", afirma.

Em nota nesta quinta-feira, o Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SC) repudiou os ataques à Ana Lúcia. O órgão oficiou à Secretaria de Segurança Pública (SSP) requerendo prioridade na investigação do crime.

Um boletim de ocorrências foi feito na terça-feira (18). A Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami) instaurou inquérito por injúria racial e ameaça. O perfil do autor da postagem contra a vereadora foi excluído.

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