Alguns candidatos estão cobrando ressarcimento de custos após deixarem de fazer provas para o cargo de oficial de justiça do Poder Judiciário, no dia 25 de março. Sem o retorno e com poucos esclarecimentos, eles ameaçam ingressar com uma ação por danos morais contra a empresa que elaborou as provas.
Cerca de 1,4% do montante de provas daquele concurso deixou de ser aplicado por conta de falhas identificadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pela organização do certame.
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Pablo Pinto é de Fortaleza-CE e veio a Alagoas somente para concorrer ao cargo de Oficial de Justiça.
O concurseiro alega ter gastado cerca de R$ 2 mil com a tentativa, por isso se sente completamente lesado por não ter feito a prova.
Ele conta que não poderá participar próxima aplicação - em 13 de maio - pois o custo para retornar ao estado é muito alto e, sem o ressarcimento do valor anteriormente gasto, o concurseiro não terá condições de voltar a Alagoas.
"Representantes da FGV prometeram em todas as salas [onde as provas seriam aplicadas] o ressarcimento de gastos de quem era de fora e até agora nada. A gente manda e-mail e eles dão resposta aleatória", reclama Pablo, da falta de informações por parte da empresa.

Assim como Pablo, há centenas de pessoas na mesma situação. Os concurseiros se reuniram em um grupo, por meio de rede social, e planejam entrar na justiça com ação de indenização por danos morais e materiais contra a FGV. O número de inscritos para o cargo foi de 3.711.
Jéssica Marques, também do Ceará, disse que reservou passagens aéreas com bastante antecedência, o que tornou a sua vinda a Alagoas mais acessível. A candidata gastou em torno de R$ 1.500. "Infelizmente, não poderei voltar, as passagens estão muito caras, em torno de mil reais. Tive muita despesa com esse concurso", alega.
A estudante lamenta por deixar de disputar uma vaga no TJ/AL. "Estudo desde o ano passado pra concurso, mas com a abertura deste edital em dezembro, deixei de viajar durante o réveillon e carnaval, me dedicando apenas para este concurso", destaca.
Por meio de nota, o TJ informa que a comissão do concurso está em contato com a FGV e reforça que os candidatos não serão prejudicados.
Confira na íntegra:
A Comissão do Concurso do Tribunal de Justiça de Alagoas informa que está em contato com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), afim de que sejam iniciados, o mais breve possível, os trâmites para requisição de ressarcimento dos candidatos que fizeram a prova para o cargo de Oficial de Justiça. Os procedimentos serão iniciados nos próximos dias e a Comissão ratifica que os candidatos não serão prejudicados.