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'Moraes Moreira sozinho, com o violão, era um show à parte', diz Baby do Brasil

Cantora relembrou o período em que foram casados e participavam da banda Novos Baianos

A classe artística reagiu com surpresa e pesar à morte de Moraes Moreira, nesta segunda-feira (13), aos 72 anos. O músico sofreu um infarto em seu apartamento no Rio de Janeiro.

O baque foi especialmente forte para seus companheiros do grupo Novos Baianos, do qual Moreira foi cofundador. A cantora Baby do Brasil disse que, após passar a noite em claro, acordou com a notícia da morte do amigo.

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"Tomei um grande susto, como se fosse um trovão. Não entendi. Foi muito difícil, porque o Moraes não estava doente. Estava tudo certo, ele estava fazendo quarentena, vinha se comunicando com o grupo. Não havia aparente motivo pra um falecimento abrupto. Até isso se realizar na nossa cabeça, é muito profundo, porque você está com uma pessoa e, de repente, ela não está mais no planeta."

Baby lembra de Moraes, quem ela diz ter sido um dos maiores compositores do Brasil, nos anos 1970, quando eles estavam juntos no Novos Baianos. "Muito calado, magrinho e, como sempre, passava o dia inteiro tocando. A música sempre foi constante no dia dele por horas a fio. Ele começou a se aprimorar tanto no violão que virou a característica principal do Moraes. Um tipo de batida que ele criou."

A cantora recorda que passou anos interpretando basicamente as composições de Moraes, e diz que "A Menina Dança" é sua música favorita do autor. A faixa, presente no clássico "Acabou Chorare", é obrigatória até hoje nos shows de Baby.

"Ficávamos dia e noite tocando. Fui a intérprete feminina dele durante anos. Eu com 17, ele com 22 anos. Ele com o violão no colo, Pepeu [Gomes] com a guitarra. Aprendi com o Moraes a ter persistência para compor, num tempo em que não havia celular com gravador, nenhuma tecnologia. Era sentar embaixo de um pé de laranja, cantar e tocar um milhão de vezes a mesma música até o cérebro gravar."

Baby diz que Davi, filho de Moraes, cresceu no embalo das músicas do pai. "Ele deixava fluir a criatividade, dentro de uma atmosfera musical permanente. Moraes, enquanto tocava, com a perna direita, ficava balançando o carrinho do Davi. Ele cresceu no embalo de 'Preta Pretinha' e com o Moraes empurrando o carrinho no ritmo."

Para ela, o maior legado de Moraes é seu jeito de tocar violão. "Ele deixa uma escola de violão. Inédita, única, personalizada. O violão do Moraes é o ínicio de uma nova maneira de se tocar. E a música que mais retrata isso é 'A Menina Dança', em sua abertura. Moraes, sozinho, com o violão era um show a parte."

Baby teve um desentendimento público recente com Moraes. Depois de ela criticar o musical sobre o Novos Baianos, espetáculo dirigido por Otávio Muller, o cantor a respondeu em entrevista ao jornal O Globo.

"Dizer que o musical não retrata os Novos Baianos é uma mentira deslavada. Baby queria que o espetáculo fosse evangélico. Que não dissesse que fumou maconha, que tomou ácido, que fez tudo. Assim, os Novos Baianos não seriam revolucionários", ele disse ao jornal, no fim de março.

A parceira musical e amiga de Moraes, contudo, diz que ele chegou a pedir desculpas depois que a matéria foi ao ar. "Respondi que respeitava a opinião dele, e que o amo. Amo o Moreirinha. Para mim, não teve nenhum tipo de ofensa. Era meu irmão, não teve problema nenhum."

Baby, que é pastora evangélica, ainda diz que, "pela fé, entendo que o Moraes está indo para os braços do pai e vai viver na eternidade, onde tudo é maravilhoso".

"Há um versículo que diz assim: 'Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem penetrou em coração humano algum aquilo que eu tenho preparado para aqueles que me amam'. Então, é nisso que eu creio. Esse é o meu consolo, e peço a deus que console toda a familia do Moraes, tanto a musical, o Novos Baianos, quanto seus filhos, irmãos, netos e fãs."

Outro companheiro de Moraes, Paulinho Boca de Cantor, foi quem confirmou sua morte.

Em mensagem que está sendo compartilhada nas redes sociais, o cantor e compositor afirma que Moreira foi seu grande amigo, com quem falava todos os dias. "Nossas ligações ou eram de trabalho ou eram para dar muita risada de tudo, da vida, da nossa história."

"É importante que a gente fale desse amor, que começou há 50 anos, quando eu encontrei ele, encontrei Galvão, e a gente pensou que poderia fazer alguma coisa", diz sobre o início do Novos Baianos.

Ele ressaltou a afinidade dos membros do grupo, que para ele formaram uma família. "Pode acontecer o que acontecer, mas na hora que a gente se encontra é uma alegria, uma festa, e aí a música flui tranquilamente, naturalmente", afirma. "O Moraes Moreira era um grande timoneiro, com aquele violão que não existia nada igual. [...] O Moraes viveu intensamente, a música, a festa, a alegria, o Carnaval."

Em depoimento à Folha, o baixista Dadi Carvalho, também companheiro do grupo, diz que Moreira "está junto com os maiores compositores do Brasil e do mundo".

Ele se recorda da dedicação do músico ao criar melodias. "Ele pegava o violão e ficava em cima de uma ideia, às vezes três dias, num canto no sítio, ali ao ar livre, desenvolvendo aquela ideia. E ia crescendo, crescendo e resultava nessas músicas que a gente, essas pérolas", afirma Carvalho. "E tinha uma risada maravilhosa que vai deixar saudade."

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