Todos os tutores têm preferências, mas, quando se fala em cães, eles esbanjam opções: há os peludos, os carequinhas, com pelagens longas e lisas, como o afghan hound, ou crespas e espessas, como os poodles. Os portes variam bastante, de acordo com os motivos que levaram ao desenvolvimento da raça. Algumas são realmente muito altas, com corpos troncudos ou esguios, que chamam a atenção em qualquer lugar.
Uma curiosidade: a altura dos cães é medida do solo à cernelha (o conjunto de ossos que forma os ombros, logo atrás da nuca), com as quatro patas no chão. Os peludos estão sempre procurando rastros e pistas. Por isso, eles mantêm o focinho próximo ao piso.
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Características das raças de cães mais altas
Entre as raças de cães mais altas do mundo, algumas são bastante populares no Brasil, enquanto outras são quase desconhecidas. Eles são excelentes cães de guarda e de caça, mas são tão adoráveis como os pequenos e médios.
No momento da adoção, é necessário ter em mente que os cães de grande porte em geral vivem menos do que os nanicos – um chihuahua atinge os 18 anos com facilidade, enquanto os grandões raramente ultrapassam os dez ou 12 anos (alguns, como o dogue de Bordéus, vive entre seis e oito anos).
O motivo é que eles apresentam o desenvolvimento físico acelerado, apesar de atingirem a maturidade sexual um pouco mais tarde (um São Bernardo está pronto para acasalar apenas por volta dos dois anos de vida, enquanto as fêmeas pequenas, principalmente as mestiças, podem ter ninhadas antes de soprar a primeira velinha de aniversário.
O crescimento rápido produz uma quantidade maior de radicais livres, íons que são gerados nas funções metabólicas. Estes radicais, que estão sempre procurando a estabilidade, recombinando-se com outras substâncias orgânicas, estão associados ao envelhecimento precoce.
As raças grandes de cachorros
É importante considerar que, ao adotar um cão muito grande, a casa precisa receber algumas adaptações. Algumas raças altas são elegantes e conseguem viver em pequenos espaços, mas precisam de exercícios e brincadeiras ao ar livre duas ou três vezes por dia.
As despesas também são maiores. Um São Bernardo, por exemplo, come 750 gramas de ração a cada dia. Os tutores também precisam providenciar instalações adequadas, protegidas do sol, do frio e da chuva – e elas são proporcionais ao tamanho dos grandões.
De qualquer maneira, todos eles são apaixonantes. Alguns, como os dálmatas, são brincalhões durante a vida inteira e parecem não ter consciência do tamanho que têm: eles querem carinho, atenção e, em alguns casos, até mesmo colo.
O cão de caça irlandês
Ele também é conhecido como lebréu irlandês e oficialmente é o irish wolfhound (um lebréu é um sabujo com agilidade e rapidez para caçar lebres, coelhos, texugos e outras presas velozes. A raça é muito antiga e foi encontrada pelos conquistadores romanos, quando chegaram à Inglaterra, no início da Era Cristã.
A raça quase foi extinta no final do século 19, mas alguns criadores conseguiram revitalizá-la a partir de cruzamentos seletivos entre os poucos animais restantes com dogues alemães, deerhounds e borzóis. Originalmente, o wolfhound era usado como cão de caça, perseguindo cervos e lobos.
Os cães da raça provavelmente descendem de antigos galgos egípcios, espalhados pelo entorno do mar Mediterrâneo. O pelo crespo e áspero desenvolveu-se para proteger os cães do clima irlandês, frio e chuvoso na maior parte do ano.
Os cães de caça irlandeses devem ter idealmente entre 81 cm e 86 cm de altura, mas alguns exemplares ultrapassam os 90 cm. A altura mínima para os machos é de 79 cm e para as fêmeas, de 71 cm.
O mastim espanhol
A raça é velha companheira dos humanos: ilustrações antigas mostram cães muito parecidos atuando como pastores e boiadeiros, protegendo as reses de ataques de lobos. O mastim espanhol participou das “mestas” do século 13, associações de criadores de gado transumante (que é deslocado de acordo com as temperaturas) em Castela (um dos reinos que mais tarde formaram a Espanha).
Uma das principais características deste grandalhão é o latido grave, rouco e profundo, que pode ser ouvido a longas distâncias: é uma espécie de berrante natural. O mastim napolitano é inteligente e rústico, mas também é amoroso, apesar da postura atenta, especialmente em relação a estranhos.
De acordo com o padrão oficial, não existem limites máximos para a altura do mastim espanhol: os campeões quase sempre ultrapassam 80 cm. O mínimo que se espera é de 77 cm para os machos e 72 cm para as fêmeas.
O dogue alemão
Entre os cães molossoides, é um dos preferidos pelos brasileiros. Dócil, elegante e muito obediente, é também um excelente cão de guarda, sempre atento a tudo que o cerca. O dogue alemão alia a robustez e força dos mastins com a agilidade e rapidez dos galgos.
Atualmente, o maior cão do mundo, de acordo com o Livro Guinness dos Recordes, é um dogue alemão: Zeus vive no Texas (EUA), tem pouco mais de dois anos e, apoiado nas patas traseiras, atinge mais de dois metros.
A raça é descendente do antigo buldogue alemão (bullenbeisser, já extinto), que cruzou com antigos cães de caça locais. Ele foi usado no abate de javalis, ursos e touros selvagens, num tempo em que a Europa ainda tinha bosques e florestas.
O dogue alemão apresenta pelagem curta, que pode ser dourada, tigrada, preta, azul ou arlequim (tigerdoggen). Apesar dos inúmeros recordes registrados, o padrão limita a altura dos cães da raça: 80 cm (machos) e 72 cm (fêmeas). Os animais com mais de 90 cm tendem a apresentar problemas anatômicos.
O deerhound
Os ancestrais deste cão escocês provavelmente chegaram às ilhas britânicas há alguns milhares de anos. Ele se desenvolveu com os limites naturais determinados pelas Terras Altas. Descendente de antigos mastins que acompanhavam os fenícios, o deerhound se especializou na raça de cervos (“deer”, em inglês).
e maneira geral, o deerhound (também conhecido como lebréu escocês) é muito parecido com o greyhound, com algumas diferenças marcantes: o pelo crespo, áspero e desgrenhado, além do tamanho e ossatura consideravelmente maiores. A movimentação é fácil, com passadas longas.
O aspecto nobre do deerhound esconde um cachorro ágil e veloz, capaz de perseguir um cervo. Apesar de atlético, é gentil, amistoso e muito fácil de treinar, porque gosta muito de agradar os tutores. Os machos medem 76 cm e as fêmeas, 71 cm. Eles são bastante leves para a altura, com peso em torno dos 40 kg.
O komondor
A raça se desenvolveu na região da atual Hungria. Os ancestrais do komondor acompanharam os magiares, que, no século 9º, se deslocaram para a Europa Central a partir da costa oeste dos montes Urais, cordilheira que separa a Ásia e a Europa.
Nessa época, os magiares eram pastores nômades, tarefa acompanhada pelos primeiros komondors. Grandes e fortemente construídos, estes cães atraem pelo comportamento digno e altivo, mas também geram medo. O corpo é coberto por pelos felpudos e encordoados, que formam os dreadlocks que caracterizam a raça, uma quase exclusividade no mundo canino: apenas o komondor e o puli apresentam estes cordões enrolados.
O padrão estabelece que um macho da raça deve medir pelo menos 70 cm e uma fêmea, 65 cm. O komondor é um cão pesado, podendo atingir 60 kg. Os cães da raça são ligeiramente esgalgados, com cauda de inserção baixa e portada pendente, com a ponta na altura dos jarretes, que pouco se eleva quando o cão está atento.