Um dos selecionados para o BBB19, Danrley, de 19 anos, vende picolés na praia para conseguir se manter na faculdade de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A informação foi revelada pelo Antônio Carlos Ferreira da Silva, mais conhecido como Cacau, que é dono da distribuidora de picolés.
Ainda segundo o empresário, o jovem percorre a praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, apenas aos sábados, domingos e feriados.
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"Ele coloca o carrinho de picolés na van e percorre a praia da Barra do começo até o posto 2. Por dia dá para ganhar de R$100 a R$150. Num fim de semana muito bom, de praia cheia, ele consegue ganhar uns R$300. Juntando o dinheirinho que ele ganha na venda do picolé com o das aulas particulares que dá, ele consegue pagar as despesas que tem na faculdade com ônibus, alimentação. Ele é um rapaz muito certinho!", elogia.
Cacau também é presidente da Associação dos Corredores da Rocinha, projeto do qual o brother fez parte. "Sou responsável pelo projeto do atletismo, no qual treinávamos os jovens, e, infelizmente, acabou por falta de patrocínio. Além disso tenho a distribuidora de sorvete e picolés na comunidade. Abri no dia 2 de janeiro de 2018, fez um ano agora. Na época, os meninos do projeto de atletismo estavam de férias na escola e me ajudaram na obra. O Danrley e o Diogo, amigão dele, foram os meus primeiros vendedores. No primeiro dia de trabalho, cada um vendeu 11 picolés, hoje cada um vende mais de 100 picolés", conta, aos risos.
Percy da Silva Justino, engenheiro naval aposentado e treinador do brother na Equipe de Atletismo da Rocinha, conta que o rapaz é esforçado, estudioso, disciplinado e perfeccionista. "Até me emociono quando falo sobre o Danrley porque a vida da gente não é fácil. Também sou de família muito pobre. Ele é um rapaz muito disciplinado, educado, guerreiro, tem uma garra tremenda. Cobrava muito dele nos treinos. Ele busca a perfeição, isso é dele. Sabe perder, mas procura não perder", conta ele, explicando que treinava corrida de rua com o jovem. "Treinava com ele mais para provas curtas. Depois ele começou a correr 10 Km. Nós tínhamos apoio, ajuda de cesta básica e ganhava 600 reais. Mas, infelizmente, acabou", lamenta ele, que também mora na Rocinha.