Imagem
Menu lateral
Imagem
Gazeta >
Imagem
GZT 94.1 | Maceió
Assistir
Ouvir
GZT 101.1 | Arapiraca
Ouvir
GZT 101.3 | Pão de Açúcar
Ouvir
MIX 98.3 | Maceió
Ouvir
GZT CLASSIC | Rádio Web
Assistir
Ouvir
Imagem
Menu lateral Busca interna do GazetaWeb
Imagem
GZT 94.1
Assistir
Ouvir
GZT 101.1
Ouvir
GZT 101.3
Ouvir
MIX 98.3
Ouvir
GZT CLASSIC
Assistir
Ouvir
X
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

Maria Casadevall fala da militância feminista e das críticas aos seios à mostra

A imagem da atriz ficou famosa nas redes sociais durante o carnaval

Quando Milton Nascimento compôs "Maria, Maria", em 1978, Maria Casadevall sequer havia nascido. O faria nove anos depois. Mas versos como "Maria, Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta" retratam parte dessa personalidade inquieta, questionadora e destemida que tem a atriz e que soam contemporâneos mesmo quatro décadas depois.

Aos 31 anos, Maria faz parte de uma geração de mulheres que está incomodada, que vai para as ruas, que quer resignificar valores e, se preciso for, mete os peitos. No sentido figurado e literal. Como aconteceu no último pré-carnaval. A atriz fez topless num bloco gigantesco de São Paulo. Sem sutiã, gliterizada, ela trazia na altura do colo a frase "Ele não", slogan usado pelos opositores do presidente Jair Bolsonaro desde a época das eleições, no ano passado. Mas não era um manifesto ou um protesto, ela explica.

Leia também

Foi uma escolha minha, pessoal. Não foi uma manifestação. Gosto de deixar claro que não é uma questão de emancipação feminina. Estava ali com meus amigos. Uma coisa é a Maria pessoa privada e a Maria pessoa pública. Foi proposto um diálogo e esse diálogo aconteceu. Tenho, inclusive, a rede social para isso, para que não fique a mercê de outros setores essa discussão, que ninguém precise intermediar essa minha relação com o público", justifica ela.

No momento em que fotos suas foram postadas na internet, Maria se viu num fogo cruzado. Houve quem a defendesse, quem a criticasse, quem a apoiasse, quem a questionasse, como aconteceu com muitas militantes do movimento negro. "Entendo que estava ali também numa condição favorável por poder fazer escolhas e pelos privilégios que me cercam por ser uma mulher branca, pública, estar dentro de um padrão em que me colocaram e que garantiriam minha integridade física. Foi uma escolha que pude fazer e isso é um privilégio", avalia ela: "Não me senti massacrada pelos comentários contrários. De certa forma, foi libertador".

Com mais de 1,3 milhão de seguidores, Maria não tem em seu perfil no Instagram fotos de viagens exóticas ou calçando o último sapato caríssimo de uma grife gringa. Ela escolheu abrir seu espaço particular para que o privado tivesse voz. "Estamos aprendendo ainda como a internet se comporta, como esse espaço pode ser utilizado. É uma forma de provocar reflexões e impulsionar diálogos, não de impôr opiniões", avalia.

Não por acaso, a militância feminista tem trazido a Maria, personagens que comungam com sua forma de agir e pensar. A próxima é Maria Luiza, uma jovem dos anos 50, filha únicxa de uma família rica paulistana que se vê obrigada a tomar as rédeas da própria vida ao ser enganada pelo marido, que parte com todo seu dinheiro. "Ela poderia viver a vida estando nesse lugar confortável, só que acontece uma fatalidade e ela é obrigada a fazer escolhas. O que já é um privilégio. Ela tem a chance de escolher. Quantas mulheres têm?", questiona a atriz, que também vive Julia, uma engenheira que manda numa plataforma de petróleo tendo que lidar com o machismo nosso de cada diz na série "Ilha de ferro".

Aos poucos, degrau por degrau, as personagens se empoderam. Algo que também aconteceu na vida real de Maria. Só que mais latente: "Eu nunca me sentia confortável como mulher mesmo. Eu não me sentia bem, não sabia apontar a origem desse desconforto. Fui entendendo bem aos pouquinhos. Primeiro na minha trajetória pessoal. E quando consegui me conectar com esse feminino e com os valores nos quais acredito, foi incrível".

Ela não sabe ao certo quando o tal desconforto passou e confessa que a luta é contínua para não reproduzir padrões já tão enraizados. "Não existe um momento definitivo. Você dorme submissa, reproduzindo valores machistas desse modelo patriarcal e um dia você acorda com o peito de fora na Consolação. Eu acho que existe um processo e até as atitudes mais radicais fazem parte disso. É um esforço para mim também. Mas acredito, sempre, que podemos mudar aquilo que nos incomoda". Quem traz na pele essa marca, Maria, Maria, possui a estranha mania de ter fé na vida.

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na Google Play Aplicativo na App Store
Aplicativo na App Store

Tags

Relacionadas

X