A balança comercial de Alagoas, medida pela diferença entre as exportações e importações, registrou deficit de US$ 72,2 milhões - o equivalente a R$ 345,58 milhões no câmbio atual - nos cinco primeiros meses do ano, segundo levantamento divulgado na terça-feira (9), pelo Ministério da Economia.
De acordo com os dados, as exportações alagoanas somaram US$ 217,4 milhões de janeiro a maio, um aumento de 52,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Já as importações movimentaram US$ 290 milhões, avanço de 32,2% na comparação com os cinco primeiros meses de 2019.
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Em maio, de acordo com os dados do Ministério da Economia, as exportações renderam ao Estado US$ US$ 42,9 milhões - cerca de R$ 210,9 milhões no câmbio atual -, contra US$ 46,4 milhões movimentados nas importações - ou R$ 228 milhões. Com isso, o deficit da balança comercial alagoana no mês passado atingiu R$ 17 milhões, diz ministério.
Segundo o levantamento federal, nos cinco primeiros meses deste ano, o açúcar representou 88% do total exportado pelo Estado. Nesse período, o produto movimentou US$ 192 milhões, um aumento de 56,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em valores absolutos, foram movimentados US$ 69,2 milhões a mais, em relação a 2019. A soja, segundo produto mais exportado por Alagoas, com 3,6% do total exportado, movimentou US$ 7,93 milhões nos cinco primeiro meses deste ano, o mesmo valor registrado no ano passado. O terceiro produto mais exportado este ano foi o milho não moído, exceto o milho doce, com 2,1% do total.
Em valores, isso correspondeu a US$ 4,52 milhões, também sem variação em relação ao ano passado. Já em relação às importações, outros hidrocarbonetos e seus derivados halogenados, sulfonados, nitratos ou nitrosados representaram 9,2% do total comprado no exterior por empresas alagoanas, movimentando US$ 26,6 milhões, um aumento de 460% em relação aos cinco primeiros meses do ano passado.
Em segundo lugar, aparecem adubos ou fertilizantes químicos, com 7,8% do total - ou US$ 22,6 milhões. Em todo o País, foram exportados US$ 4,548 bilhões a mais do que o importado, o que representou uma queda de 19,1% em relação ao resultado positivo de US$ 5,624 bilhões de maio de 2019.
Este é o resultado mais baixo para meses de maio desde 2015, quando a balança tinha registrado superavit de US$ 2,751 bilhões. Com o resultado de maio, a balança comercial - diferença entre exportações e importações - acumula superavit de US$ 16,349 bilhões nos cinco primeiros meses de 2020, valor 19,5% inferior ao do mesmo período do ano passado. No mês passado, as exportações somaram US$ 17,940 bilhões, recuo de 4,2% em relação a maio de 2019 pelo critério da média diária.
A queda foi puxada pela indústria. A indústria extrativa exportou US$ 52,95 milhões a menos que em maio do ano passado, queda de 26,5%. A indústria de transformação exportou US$ 85,08 milhões a menos, queda de 15,9%. Na indústria de transformação, os principais produtos responsáveis pela queda das exportações são aeronaves e componentes, com redução de 94,1% na média diária de exportações, e veículos automóveis de passageiros, com queda de -90,2%.
Na indústria extrativa, caíram as vendas de óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (-35,4%) e minério de ferro e seus concentrados (-23,1%). Somente a agropecuária exportou mais que em maio do ano passado.
O setor vendeu US$ 99,88 milhões para o exterior, alta de 51,1%. As importações somaram US$ 13,392 bilhões, queda de 1,6% em relação a maio do ano passado pelo critério da média diária. As compras de itens ligados à agropecuária cresceram US$ 500 milhões (0,3%) na mesma comparação. As importações da indústria de transformação aumentaram US$ 18,08 milhões (3%), mas as compras da indústria extrativa recuaram 55,1%.
Os principais produtos responsáveis pela queda nas importações foram os óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus, com redução de 82,7%; fertilizantes brutos, com recuo de 62,6%, e os minérios de cobre e concentrados, com recuo de 46,1%. Depois de o saldo da balança comercial ter encerrado 2019 em US$ 46,657 bilhões, o segundo maior resultado positivo da história, o mercado estima menor superavit em 2020, motivado principalmente pela pandemia do novo coronavírus.
As informações são da Agência Brasil.