Poucos dias depois que a Fórmula 1 bateu o recorde de infectados com o coronavírus em uma única rodada de exames, Helmut Marko, consultor da RBR, questionou os protocolos adotados pela categoria para garantir a realização da temporada 2020. O austríaco justificou não ser possível dar continuidade às medidas de segurança e ainda revelou que alguns pilotos tiveram contato com outras pessoas que testaram positivo para a Covid-19.
Após dez etapas no atual calendário, a F1 realizou mais de 47 mil testes, promovidos antes e depois de cada prova. O número de positivos, antes estacionado em 16, pulou para 26 após o GP da Rússia, no qual dez pessoas testaram para a Covid-19 em apenas cinco dias.
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- Não vamos poder continuar dessa forma com as medidas restritivas. Tínhamos um piloto cuja namorada esteve infectada e ele não. Outro foi em uma festa onde estiveram três infectados, e também neste caso, o teste do piloto deu negativo - disse Marko.
Essa não foi a primeira vez que o austríaco trata do tema; antes do início da temporada, Marko propôs que os pilotos se infectassem propositalmente para que estivessem "curados" e prontos para a abertura do campeonato, prática que não é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em maio, o consultor da RBR também defendeu que o GP da Áustria, prova de abertura do campeonato 2020 da F1, fosse realizado sob portões abertos; porém, a organização da prova não considerou a possibilidade e realizou a etapa vencida por Valtteri Bottas sem a presença do público.
A ausência do público e a limitação no número de pessoas presentes nos autódromos foram duas das medidas adotadas pela F1 com intuito de impedir a transmissão do coronavírus nas etapas. No entanto, a categoria relaxou as ordens restritivas e, desde o GP da Toscana, realizado em Mugello, na Itália, em meados de setembro, passou a receber espectadores com capacidade limitada de lotação.
Na Rússia, que recebeu 30 mil pessoas ao longo do fim de semana, o piloto da Haas Romain Grosjean chegou a criticar as condições do hotel em que ficou hospedado e a baixa adesão aos protocolos de segurança na Rússia, onde teve que compartilhar elevadores com pessoas de fora da bolha da F1 e até mesmo os garçons não utilizavam as máscaras de forma adequada.