O ano era 1997. Brasil e Itália se enfrentaram em junho, em um torneio amistoso na França. Ronaldo havia sido eleito o melhor do mundo no ano anterior e fazia temporada fantástica pelo Barcelona. A Azzurra tinha como um de seus zagueiros Fabio Cannavaro. Mas ele ainda tinha dúvidas se o camisa 9 brasileiro era um craque. Depois daquele 3 a 3 (veja acima), não teve mais.
Quem fez tal relato foi o próprio ex-defensor italiano e atual técnico do Guangzhou Evergrande. Em bate-papo virtual em seu perfil no Instagram, Cannavaro revelou a Ronaldo uma conversa que teve com Cesare Maldini, pai de Paolo e técnico da Itália naquele ano. Ambos concluíram, após a partida, que o atacante fazia jus ao apelido que o consagrou.
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- Quando nos encontramos em 1997, Cesare Maldini me disse: "Fabio, vamos ver se Ronaldo é realmente um fenômeno". Depois da partida, cheguei perto do 'mister' e lhe disse: "Olha, tenho impressão que ele é realmente um fenômeno. É muito forte". E ele me respondeu: "Sim, Fabio. Tem razão" - relembra Cannavaro.
O ex-zagueiro, de 46 anos, ainda fez questão de citar uma famosa foto feita naquele jogo, na qual ele e Paolo Maldini dão carrinho ao mesmo tempo em Ronaldo. O brasileiro se recordou com carinho da imagem.
"Essa é a foto mais bela que já fizeram da minha carreira", brincou.
Aquele amistoso foi o primeiro de oito confrontos entre Ronaldo e Cannavaro, o único por seleções. Depois, ambos se enfrentaram na Itália: o atacante pela Inter, e o zagueiro pelo Parma. Também se encontraram em 2005, pela Liga dos Campeões, com o camisa 9 no Real Madrid, e o defensor na Juventus.
Em 2006, o italiano se transferiu para a equipe espanhola e ambos atuaram juntos por um semestre, antes da transferência de Ronaldo para o Milan. Ao comentar sobre alguns craques atuais, Cannavaro disse que o brasileiro foi o "fenômeno de sua época".
- Eu digo sempre que cada geração tem seus fenômenos. Seguramente, para nós, você foi o nosso fenômeno. Maradona foi para a geração anterior, e Pelé foi para a outra. Messi e Cristiano Ronaldo são para a geração atual, e não há como comparar - definiu o capitão da Itália campeã do mundo em 2006.