Franck Caldeira é um dos poucos brasileiros que podem dizer que venceu os fortes africanos e conquistou um título da São Silvestre. Campeão de 2006, o mineiro de 34 anos volta à tradicional corrida de rua de São Paulo que encerra o calendário 2017. Depois de sete anos de ausência, ele evita se colocar no páreo contra quenianos e etíopes, mas é uma esperança do Brasil para quebrar a sequência de seis anos de vitórias africanas.
- Eu me sinto um juvenil nessa minha volta à São Silvestre. A alegria de estar de volta e correr nas ruas de São Paulo é brilhante. Eu não encaro favoritismo como pressão. O que posso falar é que, independentemente dos resultados, eu vou deixar tudo nas ruas de São Paulo. Esse é um novo ciclo que se abre para a Olimpíada de Tóquio, em 2020. Voltei para a São Silvestre no momento certo, ideal, para fazer uma corrida leve, feliz, neste início de ciclo olímpico. E espero que seja rápido, porque os 15 km são muito rápidos. Então, vamos correr - disse Franck.
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O mineiro vinha se dedicando mais à maratona, que tem uma distância quase três vezes maior que a São Silvestre (15km x 42.195km). Campeão pan-americano da maratona em 2007, ele não conseguiu completar a prova na Olimpíada de Pequim 2008 e foi o 13º colocado em Londres 2012. Tentou disputar também os Jogos do Rio 2016, mas não garantiu a classificação. A maratona ainda é seu foco de olho em Tóquio 2020, mas o planejamento para 2017 encontrou um espaço para a tradicional prova de rua paulistana.
- Estou longe das provas de rua há algum tempo, correr maratona é totalmente diferente de 15 km, é outra técnica, outro ritmo. Preciso ter calma para avaliar o percurso da prova, porque houve mudanças. Eu me resumo a trabalhar e acredito nas pessoas que estão ao meu lado. Minha corrida será contra meus limites, não contra adversários - disse Franck, terceiro colocado na Maratona de São Paulo, em abril.
Subindo degraus
Além de Franck Caldeira, Giovani dos Santos é mais uma aposta do Brasil no domingo. Hexacampeão da Volta da Pampulha no início do mês, o mineiro de 36 anos tem seis pódios seguidos na São Silvestre, sendo quarto colocado em quatro ocasiões e quinto colocado duas vezes - os cinco melhores vão ao pódio em corridas de rua. Agora, ele quer subir degraus e sonha com seu primeiro título.
- Subir no pódio seis vezes é para poucos. Espero que todos os brasileiros fiquem contentes com meu resultado, independentemente de qual seja, mas vou procurar subir no lugar mais alto para dar alegria à torcida. Sei que eles torcem muito por mim - disse Giovani.
A largada masculina está programada para as 9h (de Brasília), junto com o pelotão dos amadores. A elite feminina começa a disputa às 8h20. As principais brasileiras no páreo são Joziane Cardoso e Tatiele de Carvalho, que competiu nos 10km da Olimpíada do Rio de Janeiro.