A disposição apresentada por Leomon, Parazinho e Romário nem dava a impressão de que o confronto contra a China no goalball era às 9h da manhã. Com muita intensidade para defender e precisão para atacar, os brasileiros despacharam os chineses, campeões de 2008, por 10 a 3, e avançaram à segunda semifinal paralímpica seguida. Enquanto Romário não fazia jus ao nome e era um monstro na defesa, Josemárcio, o Parazinho, e especialmente Leomon decidiam na frente. O artilheiro marcou oito vezes. Agora, o Brasil espera pelo vencedor de Alemanha e Estados Unidos, que duelam no fim desta manhã de quarta-feira, para saber seu rival na semifinal.
- Nosso jogo foi às 9h, mas nós acordamos às 5h30, com tudo pronto, café às 6h, e ir para o jogo. Nosso trabalho é feito minuciosamente. Cada um pensa na melhor forma de se preparar e motivar para o jogo - afirmou o artilheiro #Leomito.
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Logo no início da partida, duas infrações dos chineses originavam dois gols de Leomon, através de penalidade. O percentual de aproveitamento dos asiáticos não era bom. Quando acertavam o gol, Romário, Parazinho e Leomon estavam lá para segurar, principalmente o camisa 6, que carrega nas costas o nome do craque dos gramados. Leomon ainda achou tempo para marcar mais um e Parazinho, outro. A vantagem de três gols dava tranquilidade (4 a 1).
Com apenas um minuto de segundo tempo, o Brasil ampliava a diferença com seu artilheiro e passava a administrar a partida. A China em momento algum ameaçava se aproximar ou tinha controle do jogo. Nos minutos finais, Leomon voltava a mostrar seu faro e metia mais quatro na rede asiática. Parazinho assinalava mais um, o seu segundo no jogo. Vitória tranquila. O Brasil está entre os quatro melhores do planeta no goalball masculino.
O goalball foi criado em 1946 pelo austríaco Hans Lorenzen e pelo alemão Sepp Reindl. A ideia era ajudar na reabilitação de combatentes da Segunda Guerra Mundial que perderam a visão. O esporte entrou no cenário paralímpico em 1976, nos Jogos de Toronto. A modalidade é a única exclusivamente paralímpica, ou seja, não é adaptada de um esporte convencional. As regras e o jogo estão baseados na audição e no tato. A disputa acontece com duas equipes com três times cada, em uma quadra de 10m de comprimento por 9m de largura. As linhas são táteis, para que os jogadores se localizem. Em cada extremidade há um gol gigante, de 9m. Os atletas lançam a bola, que contém um guizo, e tentam marcar o maior número de gols possível.