O presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Alagoas (Coren-AL), Renné da Costa, afirmou que os últimos números do sistema disponibilizado pelo conselho para as instituições de saúde contabilizam 328 profissionais de enfermagem afastados devido à Covid-19. Esse número era de 191 na terça-feira (5).
Os números ainda são parciais e não chegam a representar a realidade do estado, já que o Coren conta com cerca de 2.300 instituições de saúde cadastradas e nem todas estão inserindo os profissionais afastados no sistema. "É uma obrigação, não uma opção. Mas sabemos que nem todos notificam o conselho", disse Renné.
Leia também
"Os gestores estão esperando pela misericórdia divina", afirmou o presidente sobre a ausência de ação do poder público frente à situação do sistema de saúde. "Na Santa Mônica ainda não houve reposição dos vários profissionais afastados. Há poucos enfermeiros, sobrecarregados".
Quanto menor o número de enfermeiros cuidando dos pacientes, maior a chance que um deles se infecte pelo vírus e seja afastado do serviço, explica Renné, o que cria um ciclo que reduz drasticamente o número de profissionais caso não haja reposição. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Alagoas tem o 2º pior índice de enfermeiros por habitante do país: 101 médicos para cada cem mil habitantes.
Renné criticou a insistência da população em fazer aglomerações e a recusa em obedecer às normas de isolamento social impostas pelas autoridades. "Já estamos nessa situação caótica, e sequer chegamos no pico de infecção. Estamos na metade da ladeira e a coisa já está assim", disse.
Ele afirmou temer um colapso do sistema de saúde do estado. "Vai ser difícil prestar serviços de saúde com os números que podem vir", especulou.