Membros da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA) se reuniram com a bancada federal na manhã desta segunda-feira (4), para pedir apoio aos parlamentares, já que os recursos para o Programa do Leite serão cortados em R$ 9 milhões, comprometendo o trabalho de 4.700 produtores e o atendimento a 80 mil famílias. O encontro aconteceu na sede da cooperativa, no Parque da Pecuária, Trapiche da Barra, em Maceió.
De acordo com o presidente da CPLA, Aldemar Monteiro, é grande a preocupação e a categoria não pode ficar parada, independentemente da crise econômica. A verba do ano passado atingiu a cifra de R$ 28 milhões, mas o montante seria reduzido para R$ 19 milhões. O número de famílias atendidas pode cair pela metade, passando para 40 mil. Cada uma delas recebe um litro diário de leite.
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"Nossa luta é para que não desarrumem esse programa, que é tão importante. Além de distribuir leite com qualidade, vamos buscar esse produto na ponta, com pequenos agricultores que têm sua produção totalmente envolvida no projeto. Vai afetar muita gente", disse Aldemar.
O presidente destacou que Alagoas é referência nacional no programa, principalmente pelo modelo adotado, beneficiando, assim, 80 mil famílias. Ao todo, 4.700 produtores do estado atuam neste plano, que teve início em 2002. "Alagoas tem sido destaque. Nos outros estados, eles operacionalizam com laticínios. Aqui temos o modelo de cooperativismo e fomos considerados o melhor programa do Nordeste", comentou o presidente.
Os deputados presentes à reunião foram Marx Beltrão (PSD), Givaldo Carimbão (PROS) e Ronaldo Lessa (PDT). Marx falou aos cooperados que vai se informar de toda a situação e irá ao Ministério do Desenvolvimento Social para cobrar uma posição. "O pleito do presidente da CPLA é muito justo tanto para agricultura familiar quanto para as famílias que precisam desse leite. O programa contribui para a diminuição da mortalidade infantil, dando uma nova perspectiva para as famílias, ou seja, é fundamental".
O secretário de estado da Agricultura informou que o corte já começa agora e deve afetar todos os municípios. "Desde o ano passado, o ministério vem pedindo para desacelerar o programa, que é o mais organizado do país e serve de modelo. No ano passado, já deixou de repassar o recurso por dois meses e o governo do Estado bancou para que não houvesse uma parada. O governo federal já informou que vai desacelerar por falta de recursos. Se continuarmos nesse ritmo, o programa pode acabar, e não queremos isso", finaliza.