Não é só o fogo que destrói a memória cultural, como o mundo assistiu estarrecido ao incêndio na noite do último domingo, 2, no Museu Nacional do Rio de Janeiro, que teve o Palácio da Quinta da Boa Vista devastado. O museu guardava parte da memória das pesquisas brasileiras dos últimos 200 anos, as relíquias e acervos de interesse da humanidade. O desprezo e a falta de investimento também apagam capítulos importantes da nossa história, e Alagoas vive ameaça semelhante, lamentam museólogos, pesquisadores e funcionários da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).
Os funcionários dos museus de Alagoas - federais e estaduais - e do Centro de Belas Artes (Cenarte) afirmam que a falta de interesse em preservar acervos e a cultura é um problema nacional com profundos reflexos nos estados. Os governos demonstram pouco interesse em investir nos equipamentos de preservação, na valorização do patrimônio, dos acervos e de pessoal. A maioria dos políticos que disputam reeleição também não incluiu a cultura em seus discursos de prioridades e promessas.
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Os equipamentos culturais poderiam desempenhar papéis importantes na construção de uma sociedade onde a juventude fosse o principal foco, alertam pesquisadoras como Cármen Lúcia Dantas e Duse Leite, filha do escritor e ex-diretor do Teatro Deodoro Bráulio Leite Júnior, também fundador do Centro de Belas Artes (Cenart), do Museu da Imagem e do Som (Misa) e de dezenas de empreendimentos culturais.
Como ocorre no País, as instituições de Alagoas precisam de recursos para se manterem em pé, de investimentos, de projetos para atrair sobretudo os jovens da periferia, principalmente aqueles vulneráveis e geralmente alvos prediletos dos criminosos que promovem aliciamento para o tráfico.
Uma das mais importantes museólogas de Alagoas e referência na cultura, a pesquisadora Cármen Lúcia Dantas, ao se referir principalmente ao Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore, administrado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), não mediu palavras para chamar a atenção das autoridades do setor. "Alagoas está na mesma situação, ou pior, que a do Rio de Janeiro, porque aqui não se olha para os museus. Há 20 anos, depois da restauração, o Théo Brandão está sem manutenção. O museu está lá se acabando. O que guarda os museus de Alagoas e do Brasil é a divina providência", lamentou.
A reitora da Ufal, professora Valéria Correa, através de sua assessoria de comunicação, informou que não existe rubrica específica destinada pelo Ministério da Educação (MEC) e da Ufal para o museu. Na verdade, desde 2016, a União não envia recursos para a Ufal destinados à manutenção de espaços como os museus.
A reitora reconhece, porém, a necessidade de recursos para recuperação e manutenção do Théo Brandão. Ela esclarece, em nota enviada por sua assessoria de comunicação, que "há um projeto em fase de aprovação para uma futura licitação no valor total de R$ 3,5 milhões para modernização do museu". Mas a nota não define prazo. E, se depender da atual gestão do Ministério da Educação, o montante não vai chegar tão cedo aos cofres da Ufal.
Equipamentos são o retrato do abandono
A Gazeta de Alagoas percorreu alguns dos principais museus e outros espaços administrados pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), conversou com servidores e viu as condições de funcionamento dos patrimônios que poderiam, inclusive, ter melhor aproveitamento como ferramenta de combate à violência, apoio ao desenvolvimento da cultura de periferia e ao turismo, que está em franco desenvolvimento e coloca o Estado como uma das principais preferências nacionais e estrangeiras no Nordeste.
A secretária estadual de Cultura, Mellina Freitas, confirmou, por intermédio da assessoria de comunicação, que a pasta administra o Museu Palácio Floriano Peixoto (Mupa), o Museu da Imagem e do Som (Misa) e o Memorial à República. "Esses espaços contam com recursos de R$ 180 mil para despesas de manutenção", informa.
Além dos acervos museológicos, a secretaria administra também a Biblioteca Pública e o Centro de Belas Artes (Cenarte), que está com parte da estrutura física em condições lastimáveis. O prédio já abrigou a própria secretaria e há quase dez anos espera reformas que nunca saíram do papel, reclamam servidores que pedem para não ter seus nomes divulgados.
A titular da Secult promete a recuperação do imóvel e mais investimentos. Mas, por enquanto, tudo se resume a promessas. Nos últimos dias, os funcionários fizeram pequenas manutenções na pintura das paredes mais sujas.
O Memorial à República, localizado numa área estratégica e exuberante da Praia da Avenida, no bairro de Jaraguá, enfrenta o problema da poluição ambiental que desce pela foz do riacho Salgadinho. Em determinados períodos, o mau cheiro no local espanta turistas e alagoanos interessados em conhecer o acervo e aquela arquitetura moderna com pouco aproveitamento interno.
A arquitetura do imóvel neste momento ganha evidência por causa das atividades alusivas aos 196 anos do Grito da Independência do Brasil de Portugal. Porém, o memorial precisa de reparos e manutenção dos espaços físicos. O pequeno auditório que fica no térreo, próximo ao salão nobre, tem cadeiras desconfortáveis, infiltrações no teto e nas paredes que representam uma ameaça para os quadros dos 37 presidentes da República. No salão nobre, um sofá velho precisando de reparos também contrasta com a imponência da arquitetura. Um funcionário garantiu que o móvel será levado para reforma. Uma ala externa de vidro atualmente é usada como depósito para a carcaça de um "bumba meu boi".
Na parte superior, mais problemas. Os mastros ostentavam bandeiras surradas que, segundo o servidor, seriam trocadas por novas para receber as autoridades dos governos estadual, federal, municipais e das forças armadas convocadas para o desfile de 7 de setembro e visitas nesta semana da independência. As paredes receberiam pintura nova ao longo da semana.
Na parte superior, as duas esculturas de bronze, em tamanho original dos dois primeiros presidentes da República, os alagoanos Marechal Deodoro da Fonseca (proclamador da República) e Marechal Floriano Peixoto, respectivamente, também careciam de cuidados especiais para a preservação. Na de Marechal Deodoro, por exemplo, faltava inclusive a placa de identificação.
Trabalhadores terceirizados, que na última terça-feira, 4, cuidavam da montagem do palanque oficial das autoridades, na rampa principal do memorial, disseram desconhecer o que representavam aquele monumento. Achavam que era para lembrar o 7 de setembro. Desconheciam também a importância da data cívica e não sabiam diferenciar as solenidades alusivas à Proclamação da República e à Independência.
A Independência do Brasil ocorreu em 7 de setembro de 1822. A partir dessa data, o Brasil deixou de ser colônia de Portugal. A proclamação foi feita por D. Pedro I às margens do riacho do Ipiranga, em São Paulo. As principais causas foram: vontade de grande parte da elite econômica e política brasileira em conquistar a autonomia administrativa; desgaste do sistema de controle econômico, com restrições e altos impostos, exercido pela Coroa Portuguesa no Brasil; as pressões estrangeiras contra a escravidão; tentativa da Coroa Portuguesa em recolonizar o Brasil. A Proclamação da República no Brasil ocorreu em 15 de novembro de 1889 e foi assinada pelo primeiro presidente do País, Marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892). O evento representou o início da Era Republicana e o fim da Monarquia Constitucional Parlamentar no País, instaurando um novo regime d e governo presidencialista.
Os auxiliares de montagem terceirizados Fernando Néris dos Santos, casado, pai de sete filhos, e Jonathan Flores Brasileiro, casado, pai de três filhos, que moram em áreas pobres do bairro da Ponta Grossa, Zona Sul de Maceió, disseram desconhecer as histórias da Independência e da República porque estudaram só até a quarta série do Ensino Fundamental. Eles não sabem também a importância histórica dos marechais alagoanos Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Os trabalhadores alegaram que deixaram de estudar para trabalhar e ajudar no sustento das famílias. Mas consideram a estrutura física do memorial como moderna e bonita.
Localizado em Jaraguá, o Museu da Imagem e do Som (Misa), idealizado pelo ex-diretor do Teatro Deodoro, o dramaturgo Bráulio Leite, está aparentemente conservado. Recentemente passou por um processo de pulverização para descupinização. Lá tem acervos importantes que revelam a evolução dos veículos de comunicação, com equipamentos de imagem e som antigos. Algumas áreas chamam a atenção, como os espaços memoriais do jornalista, radialista, poeta e compositor Edécio Lopes, que marcou a radiofonia alagoana em mais de quatro décadas. A família dele doou o acervo valiosíssimo do radialista.
Tem também os livros, canetas, máquinas fotográficas, cópias de reportagens, de trabalhos, entre outros objetos do líder sindical e jornalista Valmir Calheiros. O jornalista faz parte da história da imprensa de Alagoas; trabalhou na Gazeta de Alagoas na elaboração de grandes reportagens, pesquisas e editoriais.
Na área superior, tem o espaço do jornalista Freitas Neto, que foi correspondente de grandes jornais nacionais, regionais, escreveu nos jornais de Alagoas e especial na Gazeta, onde inclusive exerceu cargo de diretor da sucursal de Arapiraca. Freitas também se notabilizou por organizar missões de solidariedade ao povo de Cuba, que até hoje sofre com o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos. Ao lado do espaço fica o pequeno auditório do Misa.
Naquele museu ocorrem, regularmente, exposições, encontros, seminários ligados às artes e à comunicação. Porém, carece de recursos para investimentos em equipamentos modernos de segurança, na infraestrutura e no conforto dos frequentadores e trabalhadores. O local fica aberto à visitação, com entrada franca.
O estudante do curso de Direito e pesquisador cultural Edmílson Alves, da cidade do Crato, no Ceará, visitou o museu ao lado dos colegas pesquisadores Leonardo Gabriel de Souza e Karen Albuquerque, e considerou o prédio, internamente, bem-cuidado. Contudo, os universitários sentiram falta de um guia para auxiliar o visitante no passeio cultural. "É importante um guia para realçar o acervo e a importância desse museu", avaliaram os universitários, que desconheciam a relevância dos profissionais prestigiados pelo Misa.
Do lado de fora do prédio, é visível a necessidade de preservação do imóvel; a pintura está surrada. Os funcionários garantiram que, além de extintores, o prédio tem um sistema próprio de combate a incêndio, com cisterna e mangueiras instaladas em pontos estratégicos. Como o imóvel fica perto da Praia da Avenida, os funcionários avaliam que são necessárias revisões periódicas nos sistemas elétricos e hidráulicos para evitar sinistros, como o que ocorreu no Rio de Janeiro.
No imponente prédio com arquitetura do final do século 19, onde a partir de 1902 funcionou a sede do governo de Alagoas, no largo da Praça dos Martírios, no centro de Maceió, funciona hoje o Museu Palácio Floriano Peixoto. Os problemas estão por todas as partes: os muros precisam de reforma; as paredes, de sustentação, e as grades do muro têm rachaduras visíveis. O mofo na fachada frontal do Palácio realça a falta de manutenção. O mato cresce na parte superior e o reboco precisa de reparos em vários pontos. As paredes internas também precisam de reforma e de pintura nova.
Também falta guia para apresentar a história política do museu aos poucos turistas e estudantes que visitam o local. O salão nobre de despachos e o salão de recepção da parte superior são reservados para reuniões e encontros importantes das principais autoridades do Executivo estadual.
A pedra fundamental do Palácio Floriano Peixoto foi lançada em 14 de setembro de 1893 durante o governo de Gabino Suzano de Araújo Besouro. O projeto arquitetônico e a execução da obra são do engenheiro alagoano Carlos Jorge Calheiros de Lima.
Com a inauguração da nova sede do governo, o Palácio República dos Palmares, o prédio antigo passou a abrigar o Museu Histórico de Alagoas - Palácio Marechal Floriano Peixoto, em decisão formalizada em 27 de março de 2006, por decreto assinado pelo então governador Ronaldo Lessa. Mesmo sendo oficialmente denominado Palácio Floriano Peixoto em 1947, sempre foi reconhecido pelos alagoanos como Palácio dos Martírios.
Além de abrigar a administração da Secretaria de Cultura do Estado, tem acervo mobiliário em estilo colonial, pinturas valiosas e pratarias. A entrada principal do Palácio funciona como galeria para exposições como a que ocorre atualmente: Mundaúmundo: porque é possível e queremos mudar!", dos fotógrafos Arthur Celso, Jorge Vieira e Luna Gavazza.
Os profissionais expõem fotografias, em preto e branco, com imagens do cotidiano das comunidades das margens daquele complexo lacustre Mundaú. Na praça central fica o pavilhão das bandeiras dos 102 municípios. O local também precisa de manutenção e pintura nova.
ABANDONO
O Centro de Belas Artes (Cenarte) completa 35 anos e representa a triste imagem do tratamento dispensado a um dos mais importantes equipamentos da cultura estadual. A situação de abandono do prédio entristece a família do idealizador do Centro, o escritor, poeta, dramaturgo, ator, músico, mobilizador cultural e ex- presidente da Fundação Teatro Deodoro Bráulio Cavalcante.
O Cenarte funcionava no antigo prédio do arcebispado e há cerca de 10 anos mudou-se para o antigo prédio onde em 1946 funcionou o Jardim Infantil estadual da gestão do então governador Ismar de Gois Monteiro; depois abrigou a Rádio Difusora (emissora oficial do Estado); em seguida foi sede administrativa e das atividades da Secretaria de Cultura. Os servidores afirmam que o imóvel está em situação "lastimável", com rachaduras por todos os lados. Na parte superior, o Teatro de Bolso Lima Filho está fechado por conta das condições precárias. A rampa de acesso ao teatro tem rachadura na estrutura e foi interditada por causa da ameaça de desabamento. As esculturas doadas pelo artista Getúlio Malta estão danificadas e visivelmente abandonadas. O acervo, com quadros, esculturas e objetos, fica guardado em salas úmidas, no chão ou ex posto em salas com pinturas que precisam de reforma.
Todas as dependências do equipamento precisam de reforma. Parte do telhado também está danificada. Mesmo assim, os servidores não desistem e mantêm a instituição aberta, funcionando com aulas de música, balé, dança popular, teatro, artes regionais, artesanato e outros cursos. Mais de mil pessoas, entre elas crianças, adolescentes, adultos e idosos, são atendidas; a maioria, gratuitamente. Alguns professores trabalham como voluntários para manter as manifestações artísticas vivas, como sonhava o idealizador, Bráulio Leite, que morreu em 27 de fevereiro de 2013, aos 81 anos.
Em uma das salas administrativas do Cenarte, a Gazeta encontrou a atriz e funcionária pública que trabalha na secretaria Eleonora Duse de Pontes Leite - ex-diretora do Cenarte. Além de filha de Bráulio Leite, era uma espécie de braço direito do pai. "Se meu pai visse hoje a situação do Centro de Belas Artes, ficaria como nós: triste". Duse viu nascer o projeto Misa em casa, nas conversas do pai com outros intelectuais ligados às artes. "Infelizmente, o Cenarte passa por essa situação".
Ao destacar alguns problemas do Cenarte, mostrou que o prédio não tem estacionamento, o acesso é difícil por conta do grande movimento de carros na Rua Pedro Monteiro, no centro de Maceió. Na entrada malconservada do centro, tem um ponto de ônibus. Ao adentrar no prédio, o visitante vai encontrar os corredores de reforma, será recepcionado por uma atendente que fica numa mesa de escritório antiga, as salas de aulas são improvisadas e também enfrentam o desconforto físico e o barulho da rua.
Duse Leite disse que o Centro teve alguns avanços e destacou que hoje tem um corpo de professores de dança, de teatro, de música e para pequenos módulos na área de artes plásticas e artesanato.
Por conta das instalações precárias e por falta do espaço exclusivo para as aulas de artes cênicas, o curso de teatro tem sido ministrado em outros locais. "Com poucos recursos e praticamente sem autonomia, o Cenarte está sempre dependente de autorização para assegurar o seu funcionamento", lamentou Duse Leite. "Quero deixar claro que não sou política, não tenho envolvimento com a política eleitoral ou partidária. Mas, como filha do idealizador deste projeto, não posso negar que estou muito decepcionada e triste com o tratamento dispensado a este equipamento da cultura de Alagoas". Porém, fez questão de elogiar a direção da instituição, que, segundo ela, se esforça para manter a instituição aberta e funcionando.
"Sou a funcionária mais antiga do Centro de Belas Artes. Eu vi este empreendimento nascer. Vi quando meu pai (Bráulio Leite) planejou tudo isto", repetiu Duse Leite ao lembrar do tempo que recebeu o prêmio de funcionária--modelo da então Fundação de Belas Artes de Alagoas (Funarte/AL) e há mais de cinco anos está escanteada na instituição. "Ainda amo este centro de artes. Mas perdi a motivação por causa da falta de valorização à entidade e ao pessoal que se dedica a este trabalho", confessa.

Secretaria nega descaso e cita medidas adotadas
Através de sua assessoria de comunicação, a secretária estadual de Cultura, Mellina Freitas, diz que a pasta enfrenta as dificuldades com criatividade, mantém recursos para manutenção, preservação e conservação dos museus e desenvolve projetos relevantes, sobretudo nas comunidades carentes.
Com relação aos mestres da cultura de Alagoas, desmentiu boatos de bastidores e garantiu que a Secult mantém o projeto e assiste atualmente 40 mestres da Cultura reconhecidos como patrimônios vivos.
Apesar das dificuldades, Alagoas, segundo a secretária de Cultura, desenvolve projetos importantes, como "Na Base da Cultura", "Cultura nas Grotas", "Cultura nos Bairros", "Circuito Penedo de Cinema", "Pôr do Sol Cultural", "Oficina Instrumental para Músicos de Bandas", "Oficinas de Preparação de Atores", entre outros cursos oferecidos pelo Centro de Belas Artes (Cenarte).
A respeito da relação com o governo federal, a secretária informou que mantém convênio com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para salvaguardar o patrimônio imaterial de Alagoas.
E sobre as críticas de servidores e de alunos que cobram a reforma e a manutenção do Cenart, a secretária garantiu ainda que existem projetos de revitalização daquele imóvel da década de 40 e esclarece que, atualmente, o Cenarte passa por revitalização. "Demos início ao processo de restauração do Teatro de Bolso Lima Filho, localizado naquela escola".
Com relação à situação dos museus, a Secult informa que "o governo de Alagoas é responsável pelos equipamentos Museu Palácio Floriano Peixoto (Mupa), Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa) e Memorial à República". Esclarece que a manutenção dos equipamentos "é realizada à medida que os gestores dos espaços demandam solicitações para a Secult, que faz os devidos procedimentos. Anualmente, o Estado tem uma despesa de manutenção de seus espaços museológicos de aproximadamente R$ 180 mil".
A respeito das condições físicas do Museu Palácio Floriano Peixoto, a Secult diz que "o Mupa passa por um processo de reparo e revitalização em sua parte interna. E como forma de capacitar e dialogar com gestores de museus de Alagoas, a secretaria promoveu recentemente o II Encontro Alagoano de Museus".
Ressaltou também que "o governo tem dado todo o apoio e suporte para esses equipamentos culturais e que possui Projeto de Segurança e contra Incêndio e Pânico de todos os equipamentos museais da Secult, encaminhado para o Corpo de Bombeiros".
Reitora esclarece que não há rubrica específica para os museus
O Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore e o Museu de História Natural, ambos em Maceió, e a Casa do Poeta Jorge de Lima, em União dos Palmares, representam também a triste imagem de desprezo dispensada à cultura nacional e em particular à de Alagoas pelo governo federal. A maioria dos equipamentos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) espera recursos da União há mais de dois anos, lamenta a reitora Valéria Correa.
O Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore recentemente passou por manutenção predial paliativa e abriu para visitação. Porém, a Ufal admite que há necessidade de reformas estruturais, especificamente na cúpula e nas fachadas. Há um projeto em fase de aprovação para uma futura licitação no valor total de R$ 3,5 milhões para modernização do museu.
Já o Museu de História Natural está aberto parcialmente. Lá também foi feita manutenção predial. Mas necessita de reformas estruturais, especificamente nas fachadas e áreas internas. Há um projeto em fase de aprovação no Iphan para uma futura licitação de obras de modernização do equipamento.
Já em relação à Casa do Poeta Jorge de Lima, não há recursos pois o imóvel está sob o uso e manutenção da Prefeitura de União do Palmares e abrigando acervos da Serra da Barriga.
MANUTENÇÃO
A reitora esclarece que não há rubrica específica para os museus. Há um contrato único para atender a todas as unidades da Ufal, dentre elas os museus. O valor total desse contrato é de R$ 757.602,78 e atende aos museus Théo Brandão de Antropologia e Folclore e de História Natural, a Usina Ciência, o Labmar, Espaço Cultural, Escola de Artes da Ufal e o Centro de Ciências Agrárias (Ceca), em Rio Largo. O contrato de manutenção é valido até agosto de 2019, quando deverá ser renovado.
Na nota da Ufal fica claro também que "as estruturas dos equipamentos ligados à cultura e à pesquisa da universidade são seguras (com exceção da Cúpula do Théo Brandão, que está isolada e sem visitação)". Por se tratar de edificações antigas, necessitam de melhorias e modernização, principalmente em sistemas de incêndio e pânico e acessibilidade, visando ao atendimento das normas de segurança, admitem as autoridades da Ufal.
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