A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) vai aplicar uma sanção administrativa às maternidades e casas de saúde de Maceió e do interior que fecharam as portas - ou reduziram drasticamente o atendimento - durante o carnaval deste ano. Muitas gestantes em trabalho de parto - a maioria de risco habitual - recorreram à polícia para dar à luz por não encontrarem unidades abertas ou por algumas delas estarem superlotadas. A secretária Rozangela Wyszomirska informou, nesta manhã, que o Estado vai suspender o incentivo mensal às unidades que não receberam pacientes neste período.
Em entrevista à rádioGazeta AMe àGazetaweb, a gestora revelou que as grávidas deveriam ter à disposição a rede de atendimento disponibilizada pelo Estado e pela prefeitura. Em Maceió, para as parturientes de alto risco, há a oferta da Maternidade Escola Santa Mônica (Mesm) e a maternidade do Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes (Hupaa). No entanto, no carnaval, muitas procedentes do interior vieram a Maceió devido à falta de assistência.
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"Depois deste episódio, a própria Sesau preparou um diagnóstico para saber quais maternidades e casas de parto fecharam no carnaval sem qualquer justificativa. Não era para isso ter acontecido. Por isso, vamos buscar penalizar aquelas que tomaram esta atitude, prejudicaram o atendimento e geraram todos aqueles transtornos", afirmou a secretária.
Segundo ela, as maternidades recebem uma espécie de incentivo, cujo percentual depende da quantidade de leitos e do serviço oferecido. As que suspenderam o atendimento no carnaval terão a verba cortada relativa ao mês de fevereiro, conforme adianta Rozangela Wyszomirska.
Ela completa que, a partir de agora, a Sesau vai intensificar o monitoramento do expediente destas unidades de saúde para tentar descobrir o motivo de tantos pacientes sem risco habitual serem trazidos para Maceió, quando há maternidades no interior que poderiam fazer o parto. O mais grave é que algumas gestantes são orientadas a vir à Santa Mônica, cujo atendimento somente é feito mediante encaminhamento para parturientes de alto risco.
Durante o carnaval, várias gestantes procuraram a Central de Flagrantes, em Maceió, depois que tiveram o atendimento negado em maternidades públicas da capital. Por determinação da polícia, algumas foram recebidas.
Falta de medicamentos
A secretária confirmou, ainda, que 30% dos medicamentos obrigatórios estão em falta na Farmex (a farmácia do Estado). Ela admite o problema e prevê abastecimento normalizado até o meio deste ano.