Imagem
Menu lateral
Imagem
Gazeta >
Imagem
GZT 94.1 | Maceió
Assistir
Ouvir
GZT 101.1 | Arapiraca
Ouvir
GZT 101.3 | Pão de Açúcar
Ouvir
MIX 98.3 | Maceió
Ouvir
GZT CLASSIC | Rádio Web
Assistir
Ouvir
Imagem
Menu lateral Busca interna do GazetaWeb
Imagem
GZT 94.1
Assistir
Ouvir
GZT 101.1
Ouvir
GZT 101.3
Ouvir
MIX 98.3
Ouvir
GZT CLASSIC
Assistir
Ouvir
X
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

Maconha medicinal é usada no tratamento de epilepsia e dor crônica

Anvisa regulamentou comércio e fabricação de produtos à base de cannabis no Brasil nesta terça-feira (3)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na terça-feira (3) a venda de produtos à base de cannabis para uso medicinal no Brasil, mediante prescrição médica.

O tipo de prescrição médica indicada para cada tratamento vai depender da concentração de tetra-hidrocanabidiol (THC), que é o principal elemento tóxico e psicotrópico da planta, ao lado do canabidiol (CBD), conhecido por seus efeitos analgésicos e anticonvulsivantes.

Leia também

Estudos científicos já mostraram como essas duas substâncias atuam no combate a doenças como epilepsia e dores crônicas. No entanto, o uso dos derivados de maconha para outras condições, como enxaqueca e Mal de Parkinson, por exemplo, ainda precisa ser estudado mais a fundo, de acordo com especialistas ouvidos pelo G1.

Por isso, entidades médicas como Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) se posicionaram contra a regulamentação do plantio de cannabis no Brasil. Já a agência reguladora de medicamentos norte-americana (FDA) autoriza, desde junho de 2018, o uso de CBD no tratamento de epilepsia.

Abaixo, entenda quais são os principais efeitos dos produtos derivados de maconha, como as principais substâncias agem no organismo e quais doenças elas podem combater:

Indicações médicas

As principais indicações médicas dos produtos derivados de cannabis são para tratar:

Crises epiléticas, especialmente em crianças;

Dores neuropáticas;

Náuseas decorrentes de quimioterapia;

Sintomas do autismo;

Agitação noturna em pacientes com demência;

Espasmos decorrentes da esclerose múltipla.

Segundo Alexandre Kaup, neurologista do hospital Albert Einstein, esses são os usos "comprovadamente eficientes" das substâncias CBD e THC.

Além dessas utilizações, também há estudos preliminares que trazem indícios de que o CBD e o THC têm efeitos positivos para controle de:

Mal de Parkinson;

Alzheimer;

Enxaqueca crônica;

Sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC);

Glaucoma;

Ansiedade;

Artrite.

Para Kaup, ainda faltam estudos com grande amostragem de pacientes para comprovar que os derivados de maconha também podem ser usados no tratamento dessas doenças.

Segundo o analista de desenvolvimento regulatório e projetos científicos da HempMeds Brasil, Gabriel Barbosa, a maior parte das importações de substâncias derivadas da maconha para tratamento são as do óleo de canabidiol, que contém tanto CBD quanto uma pequena quantidade de THC.

"Trata-se de uma mistura de um óleo integral com o extrato da planta", explicou. "Os canabinoides são lipossolúveis, o que significa que se diluem na gordura, e não na água. E é um produto que não tem somente o CBD, mas mais de 500 componentes."

Com esta forma de extração, o canabidiol atua em conjunto com outros componentes para melhores resultados. "Além das propriedades do CBD, há na solução flavonoides, que têm efeitos anti-inflamatórios", ressaltou Barbosa.

No país, pacientes com quadro de epilepsia são os que mais buscam o medicamento, segundo a HempMeds. No entanto, o cenário é diferente nos Estados Unidos, onde o maior uso de medicamentos à base de maconha é feito por pacientes em tratamento de transtorno pós-traumático.

Efeitos das substâncias

Enquanto o THC presente na maconha é considerado um perturbador do sistema nervoso central, o CBD é um depressor do sistema nervoso central. Por isso, eles têm efeitos muito diferentes no organismo.

"O THC age em três receptores do sistema nervoso e tem atividade analgésica e antiespasmódica. Ele também ajuda na redução de náuseas e vômito e provoca a estimulação do apetite", explica Alexandre Kaup, neurologista do hospital Albert Einstein.

É o THC que altera as funções cerebrais e provoca os mais conhecidos efeitos do consumo da maconha, droga cujo consumo recreativo é ilegal no Brasil. Entretanto, estudos indicam que o THC também pode ser usado como princípio ativo para fins medicinais.

"Ele tem uma má fama, mas não é vilão. Se criou uma impressão de que o THC é ruim, mas há benefícios. Ele só não pode ser usado indiscriminadamente, porque há mais riscos", explica Kaup.

Segundo o neurologista, produtos com THC não devem ser receitados para pessoas com menos de 25 anos, porque existe uma maior indução de efeitos colaterais, como quadros psicóticos.

De acordo com a Anvisa, produtos com dosagem de THC superior a 0,2% precisarão de receita médica restrita para serem vendidos nas farmácias.

Nas formulações com concentração de THC inferior a 0,2%, o produto deverá ser prescrito por meio de receituário tipo B e renovação de receita em até 60 dias.

Já os produtos com concentração superior a 0,2% só poderão ser prescritos a pacientes terminais ou que tenham esgotado as alternativas terapêuticas de tratamento. Neste caso, o receituário para prescrição será do tipo A, mais restrito, padrão semelhante ao da morfina.

Enquanto o THC é considerado mais polêmico, o CBD é o principal ingrediente dos produtos derivados de maconha mais populares no exterior. Ele não causa dependência nem tem efeitos colaterais significativos. Ele tem propriedades anticonvulsivas, ansiolíticas e anti-inflamatórias, além de também agir como analgésico.

"No Brasil são cinco patologias principais que buscam tratamento com CBD: epilepsia, Parkinson, Alzheimer, dor crônica e autismo", afirmou Barbosa, da HempMeds. "No entanto, a Anvisa já autorizou a importação para mais de 60 patologias diferentes."

Segundo ele, os principais efeitos adversos dos produtos a base de cannabis são conhecidos: tonturas, fadiga, euforia e depressão, além de dependência, são as mais citadas. Por isso, é importante que a dosagem e o perfil de cada paciente seja levado em consideração na hora da prescrição médica.

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na Google Play Aplicativo na App Store
Aplicativo na App Store

Tags

Relacionadas

X