A última atualização do Monitor de Secas aponta que Alagoas registrou o aumento das áreas sob seca grave e moderada em direção ao litoral, mas permanecendo uma área reduzida sob seca fraca ao longo de quase todo o litoral com base nos índices analisados, principalmente de curto prazo. No estado, os totais de chuvas de janeiro foram baixos, como previsto pela climatologia para o mês. Os maiores volumes ocorreram no sertão alagoano com valores que não ultrapassaram 100mm até volumes inferiores a 10mm no litoral. Os impactos continuam de curto prazo no extremo leste e de curto e longo prazos no restante de Alagoas.
Em janeiro deste ano aconteceram chuvas acima da média histórica em Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins, Maranhão, leste e sul do Piauí, centro-oeste da Bahia e extremo norte do Ceará com precipitações acumuladas entre 250mm e 300mm. No centro-sul de Minas e no nordeste do Maranhão, as chuvas ultrapassaram os 400mm em janeiro. Com isso, o Monitor de Secas registrou uma redução das áreas com seca sobretudo no Nordeste, Espírito Santo e Minas Gerais.
Leia também
No histórico de janeiro as chuvas acumuladas atingem mais de 250mm, enquanto em Minas Gerais os acumulados podem passar de 300mm em algumas áreas e menos do que isso na divisa com a Bahia. Historicamente a chuva de janeiro no Espírito Santo não ultrapassa os 200mm. Já para os estados do Nordeste, os acumulados de chuva esperados para o mês são inferiores a 100mm em sua maioria, exceto para todo o Maranhão e o extremo oeste dos estados do Piauí e Bahia. Já o litoral norte e o Cariri no Ceará, juntamente com o sertão da Paraíba, apresentam médias históricas superiores a 100mm em janeiro.
Disponível em monitordesecas.ana.gov.br, o Monitor de Secas tem uma presença cada vez mais nacional, abrangendo os nove estados do Nordeste, Espírito Santo, Minas Gerais e Tocantins. Os próximos estados a se juntarem ao Monitor serão Goiás e Rio de Janeiro, que já estão em fase de testes e treinamento de pessoal. Esta ferramenta realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores de seca e nos impactos causados pelo fenômeno em curto e/ou longo prazos. O Monitor vem sendo utilizado para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca.
O Monitor de Secas
O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos. Em Alagoas, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH) é o órgão que atua no Monitor de Secas. Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 12 estados a cada mês vencido. O Monitor vem sendo utilizado para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca.
O serviço tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração.
Em operação desde 2014, o Monitor de Secas iniciou suas atividades pelo Nordeste, historicamente a região mais afetada por este tipo de fenômeno climático. No fim de 2018, com a metodologia já consolidada e entendendo que todas as regiões do País são afetadas em maior ou menor grau por secas, foi iniciada a expansão da ferramenta para a inclusão de estados de outras regiões. Em novembro de 2018 e em junho de 2019, Minas Gerais e Espírito Santo foram incorporados.
O Monitor de Secas foi concebido com base o no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação do mapa final. A metodologia utilizada no processo faz com que o mapa do Monitor indique uma seca relativa, ou seja, as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.