Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) preparam vigília para esta quarta-feira (30), em frente ao Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió, para acompanharem o julgamento dos acusados na morte de Luciano Alves, também conhecido como Grilo, liderança do movimento assassinado em 2003.
A vigília está programa a partir das 7h30 da manhã e, de acordo com Margarida da Silva, que faz parte da direção nacional do MST, deve reunir representantes de movimento e organizações populares.
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"Vamos denunciar a violência no campo, cobrar justiça e defender nosso direito de lutar e se organizar. Não podemos permitir que mais um caso de violência contra trabalhador rural siga impune. Queremos mostrar que, mesmo na morosidade do julgamento do Grilo e de tantos outros Sem Terra injustamente assassinados, seguimos atentos, organizados e em luta, fazendo valer o sangue derramado pelos nossos companheiros tombados", destaca Margarida.
Ela critica ainda o que considera ser a relação do Poder Judiciário com "o braço armado do latifúndio", que resulta em impunidade e abre mais possibilidade para que outros crimes aconteçam "contra homens e mulheres que lutam pela terra e pela Reforma Agrária em Alagoas e no Brasil".
O caso
Liderança do MST na região do Agreste de Alagoas, Grilo, como era conhecido Luciano Alves, foi assassinado no mês de setembro de em 2003, em uma estrada na Zona Rural do município de Craíbas. Na ocasião, ele tinha atuado no processo de assentamento de trabalhadores na região e, após anunciar a intenção de disputar vaga para a Câmara de Vereadores do município, passou a sofrer ameaças de morte, segundo apurado no processo em julgamento.
O caso tem como mandante do crime José Francisco da Silva, político da região conhecido como Zé Catú, à época vereador do município e atualmente vereador em Girau do Ponciano pelo PSDC, que naquele ano tentava a reeleição em Craíbas e era considerado como principal adversário político de Grilo.
De acordo com a apuração, o crime chegou a ser confessado por Josinaldo José dos Santos, conhecido como Xiu e envolve ainda o irmão do mandante, Francisco da Silva, conhecido como Chiquinho Catú e acusado de disparar contra Grilo e ainda João Olegário, o João de Lica, como um dos mentores do assassinato.
O julgamento na Justiça já foi adiado por duas vezes, quando estava programado para a cidade de Girau do Ponciano e, na sequência, em 2013, na comarca de Arapiraca.
Com informações da assessoria