A Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual (RAVVS) atendeu 650 vítimas no último ano em Alagoas. Crianças e adolescentes são os mais atingidos. Em entrevista à TV Gazeta, nesta quinta-feira (1º), a coordenadora da rede, a psicóloga Camile Wanderley, explicou que, nos últimos três meses, a média de atendimentos a esses casos tem aumentado.
Uma mulher, que preferiu não se identificar, descobriu que seu companheiro abusava sexualmente da filha, de 10 anos. "Nunca desconfiei que ele fizesse isso com minha filha, a minha filha foi criada desde pequena com ele. Só descobri porque ela contou para as amigas na escola e a diretora me chamou para contar", afirma.
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Um dos motivos para o aumento no número de casos contra crianças e adolescentes seria o isolamento social, que deixou as famílias confinadas e os casos aumentaram. Os dados se enquadram na previsão mundial realizada pela Organização Não Governamental (ONG) World Vision, que estimou, durante a pandemia da Covid-19, a ocorrência de até 85 milhões de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. O aumento comprova que, em sua maioria, eles ocorrem no ambiente familiar e são praticados por quem, em tese, teria o dever legal de proteger as vítimas, conforme estudos internacionais.
A coordenadora destacou ainda que com o retorno das atividades escolares, o número de subnotificação poderá aumentar. "Infelizmente, o local que deveria ser sinônimo de proteção, se torna um ambiente propício para o abuso sexual de crianças e adolescentes indefesos, conforme apontam os casos notificados em Alagoas",
Crimes sexuais contra crianças e adolescentes podem ser denunciados pelo Disque 100, que funciona diariamente, 24h, inclusive nos sábados, domingos e feriados.
*Com informações da TV Gazeta e da assessoria.