No universo dos adultos, a rotina de trabalho está presente e ocupa grande parte do dia. Mas, enquanto para alguns o começo da noite significa o fim do expediente, para uma parcela dos trabalhadores o período noturno traz mais uma jornada, seja em turnos regulares ou não. Uma pesquisa feita pela empresaMywork, uma startup de controle de ponto online, apontou que cerca de 9,8%, de um universo de 20.000 pontos batidos nos últimos meses, das horas trabalhadas ocorre entre as 18h e 6h.
Enfermeiros, motoristas, porteiros, atendentes de supermercados 24 horas, músicos, em muitas ocupações a escala noturna é comum. Mas, trabalhar à noite tem consequências e as pessoas que estão produzindo nesse horário precisam adaptar a rotina, redobrar os cuidados com a saúde e abrir mão de alguns momentos da 'vida social'.
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O motorista Antônio Carlos Lima, de 32 anos, trabalha há mais de 14 anos no horário das 19h às 7h. Ele é motorista e está lotado no Instituto Médico Legal (IML) de Maceió. A jornada, de acordo com ele, não segue um planejamento fixo. "Apareceu ocorrência, vou para a rua. E pode ser em Maceió ou em qualquer cidade da divisa com Pernambuco".
Ele conta que já se adaptou a rotina. Atualmente, trabalha em uma escala de 12h por 12h - o que significa que ele fica de plantão em uma noite e folga na seguinte - e ainda concilia com o trabalho de comerciante nas ruas do centro de Maceió, onde mantém um carrinho para vender frutas. Com relação ao sono, Antônio diz que já anda controlado.
"Quando não estou escalado na noite anterior, acordo 5h da manhã, passo na casa da minha mãe e venho para o Centro. Geralmente, fico até umas 17h30. Depois, volto para casa da minha mãe, tomo café e sigo para o IML. Quando não tem ocorrência, aproveito para estudar e paro um pouco para cochilar".

Para ele, o momento de descanso, mesmo que curto, é importante. É uma medida de segurança para quem, de uma hora para outra, pode ter que pegar a estrada.
