A tartaruga marinha encontrada oleada na última quarta-feira (16), na praia de Maragogi, foi encaminhada para o centro de despetrolização em Aracaju-SE. Antes da transferência, foi feita a limpeza de grande parte do óleo que cobria o animal pela equipe do Instituto Biota de Conservação.
Já são nove tartarugas e um golfinho encontrados oleados em praias do Litoral Norte e Sul de Alagoas
Leia também
A tartaruga foi encontrada em Maragogi e, após receber os primeiros socorros pela população que estava no local, ela foi encaminhada pelo Ibama para estabilização na base da Apa Costa dos Corais.
O presidente do Instituto Biota, Bruno Stefanis, orienta que, se a população encontrar um animal oleado na praia, que o mesmo seja retirado do sol. E, em caso de óleo na cabeça, a instrução é a remoção imediata, até a chegada de uma equipe veterinária, para que o animal não morra asfixiado.
Manchas em região de corais

Nessa quinta-feira (17), o presidente do Biota chamou a atenção para os graves problemas ambientais que as manchas de petróleo bruto, que atingem o litoral alagoano há mais de um mês, podem causar no meio ambiente. No município de São José da Coroa Grande, na divisa entre Alagoas e Pernambuco, uma grande quantidade do produto chegou a atingir uma região de corais, ampliando as áreas afetadas no estado.
Até agora, dezenas de praias em 11 municípios do litoral do Estado já foram atingidas pelo óleo, que permanece sem origem identificada e tem reaparecido nas praias, apesar das ações de limpeza efetuadas desde o surgimento do problema, no mês de setembro.
Barreira de contenção
Uma barreira de contenção com boias começou a ser instalada por equipes do ICMBio, nessa quinta-feira (17), para impedir a entrada de óleo no estuário do Rio Tatuamunha, em Porto de Pedras, em Alagoas, onde vivem 15 peixes-boi marinhos.
Comissão debate tema
Enquanto isso, a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) realiza, na próxima segunda-feira (21), uma audiência pública para tratar do vazamento e recolhimento do petróleo que atingiu, pelo menos, 150 praias do Nordeste. O desastre ambiental sem precedentes será debatido no Plenário da ALE.
"Este desastre ambiental tem afetado todas as nossas praias. Infelizmente, o Governo do Estado resiste em decretar estado de emergência e a Comissão de Meio Ambiente está muito preocupada com a situação. Queremos ouvir dos órgãos do Executivo o que tem sido feito para minimizar os danos, especialmente à nossa fauna e flora marinhas", disse o presidente da comissão, deputado Davi Maia (DEM).
Prefeitos dos municípios atingidos, o Instituto do Meio Ambiente (IMA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, a Universidade Federal de Alagoas, a Marinha do Brasil e organizações não governamentais que cuidam do meio ambiente marinho foram convidados a participar da audiência.