O presidente da Associação de Desenvolvimento do Conjunto Residencial Brisa do Lago, em Arapiraca, pastor Marcelo Ramos, disse que vai solicitar, junto à Justiça, que seja dado prosseguimento à ação civil pública que pede a interdição do frigorífico Frigovale. O pedido se dá devido ao descumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o objetivo de que fossem adotadas providências para evitar o forte odor proveniente do estabelecimento.
Segundo ele, o frigorífico está funcionando de forma irregular desde o início, fazendo uso de licenças ambientais precárias, com tempo determinado concedido pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). O pastor Marcelo Ramos afirma que desde que o empreendimento entrou em funcionamento, os problemas de saúde da população têm se agravado. "As crianças são as principais vítimas da Frigovale. Os problemas de saúde só aumentam a cada dia e, além do mau cheiro, há também a proliferação de moscas e de ratos, que tem sido uma consequência da falta de equipamentos necessários para o funcionamento adequado da Frigovale", enfatiza ele.
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Para que o TAC seja cumprido, o pastor Marcelo Ramos promete acionar, mais uma vez, o Poder Judiciário. "Vamos pedir socorro à Justiça, que na verdade agora é a única instituição em que podemos confiar", destacou.

Infrator recorrente
O frigorífico Frigovale é recorrente no descumprimento de normais ambientais, tendo várias notificações por transgredir a legislação vigente. Mesmo assim, continua funcionando por meio de licenças precárias que lhe são concedidas. Recentemente, as irregularidades existentes foram flagradas pela Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do São Francisco, que autuou a empresa.
Os fiscais do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) também já autuaram os responsáveis pela empresa por falta de destinação adequada de resíduos sólidos e por queimar lixo a céu aberto. O órgão ainda intimou a Frigovale para que ela comprove o esgotamento da fossa do empreendimento e apresente o plano de gerenciamento de resíduos sólidos, retirando imediatamente as fezes bovinas dispostas de forma inadequada.

Nossa reportagem tentou contato com a assessoria de comunicação da Frigovale, mas não obteve retorno. Um dos diretores da empresa que presta assessoria foi comunicado sobre as denúncias.