A Polícia Civil apreendeu documentos em duas empresas que fazem empréstimo consignado no município de Teotônio Vilela, na manhã desta quarta-feira (17), e também tenta prender a sócia-proprietária dos estabelecimentos. Junto com o marido, Ivone Nobre Santos é acusada de aplicar um golpe em dezenas de idosos, causando prejuízo estimado às vítimas e a instituições financeiras na ordem de R$ 1 milhão.
De acordo com o delegado Arthur César, da delegacia de Teotônio Vilela, o esquema estava sendo praticado na cidade desde 2011, quando começaram a ser confeccionados boletins de ocorrências, por aposentados e pensionistas do INSS, que reclamavam de empréstimos contraídos sem a devida autorização.
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"As vítimas, geralmente sem nenhuma instrução escolar, procuravam estas empresas em busca de empréstimos consignados ou seguros de vida. O procedimento era feito, mas algum tempo depois percebiam que estavam pagando valores acima dos que foram acordados previamente. Os donos acabavam usando a documentação dos idosos para contrair novos benefícios e se apropriar do valor que estava sendo debitado", explicou o delegado.

A polícia acredita que Ivone tenha fugido ao descobrir, antecipadamente, da operação que seria deflagrada nesta quarta-feira. O marido dela, Rogério Alves da Silva, está preso desde o mês passado, pela mesma acusação.
Segundo Arthur César, mais de 30 boletins de ocorrências foram confeccionados desde 2011, mas ele acredita que o número de pessoas prejudicadas pelo golpe seja relativamente maior, levando em consideração o grau de instrução dos que foram lesados. Por cada empréstimo, a polícia diz que os suspeitos recebiam R$ 5 mil, tenho ganho ilegal milionário nos últimos anos.
"Em março deste ano, ao assumir a delegacia, instaurei inquérito para apurar o esquema. Conseguimos prender o sócio e, agora, conseguimos a autorização para prender a mulher dele, tendo em vista que as empresas estão no nome dela. Agora, peço que todos os que fizeram empréstimo nestas empresas que procurem o INSS para saber se o benefício está regular, porque há um enorme risco de eles serem vítimas também", conclui o delegado.
