Parte das famílias que tiveram as casas inundadas pelas águas da lagoa Manguaba, em Marechal Deodoro, foi levada para um abrigo improvisado na feira livre do município, na manhã desta sexta-feira (26). Uma verdadeira força-tarefa formada pelos próprios moradores retirava os pertences dos imóveis antes que eles se perdessem. Das 111 que vivem às margens do complexo lagunar, cerca de 40 aceitaram ir para o abrigo e outras saíram para residência de parentes.
Alguns, no entanto, ainda insistem em permanecer no local mesmo após a recomendação dada pela Defesa Civil para que a área seja evacuada imediatamente. A maioria dos que foram retirados dos imóveis estava no chamado Beco da Anastacia, mas há pessoas da Rua da Palha e da Terra da Esperança também.
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Na região do mercado público, as famílias foram abrigadas no espaço onde são comercializadas as carnes, mas o coordenador da Defesa Civil de Marechal esteve em Maceió providenciar barracas na sede do Corpo de Bombeiros.
Os desalojados foram para a feira por ser uma área próxima da casa onde habitavam até esta manhã. A maioria está cadastrada na Prefeitura à espera de uma das 750 moradias no conjunto residencial Maria Gislene Matheus, prestes a ser entregue. Segundo o secretário de Governo de Marechal Deodoro, Luciano Vasconcelos, o município espera destravar, com ajuda do Ministério Público Federal (MPF), o processo burocrático com o Banco do Brasil e a construtora.

"Uma reunião está programada para a próxima semana e deve dar andamento ao processo de entrega das casas, que já estão prontas. O sorteio delas aconteceu no dia 1º de abril e boa parte dos moradores já fez a vistoria", confirmou o secretário.
Quem morava no Beco da Anastácia lamentou a situação. "Perdi minhas coisas todas. Minha geladeira está de baixo d'água e estou tentando tirar o que ainda dá. Quero ver quem vai me dar tudo o que eu perdi", afirmou Maria José, uma das moradoras das que foi para o abrigo improvisado.

"As casas já estão prontas e não sei porque eles não entregam. Devem estar esperando a eleição. Agora a gente fica aqui nessa situação, passando por isso, tendo que sair das nossas casas e perdendo tudo", reclama Joselito Silva, outro morador.
A assessoria de comunicação de Marechal Deodoro confirmou que a Defesa Civil Estadual disponibilizou barracas que serão levadas para o abrigo. "Ainda há registros de famílias que não quiseram deixar as residências. A Prefeitura de Marechal Deodoro está acompanhando todas as ações da Defesa Civil e as equipes da Secretaria de Infraestrutura estão trabalhando na limpeza das ruas, desentupimento de bueiros e contenção de encostas", informa a nota.