O sumiço de Davi Silva, ocorrido no ano de 2014, ainda segue sem condenações. A defesa dos policiais da Rádio Patrulha (RP) acusados do crime entrou com recurso para que o processo fosse mantido na 14ª Vara Criminal da Capital, que, por falta de alegação, foi arquivado e deve seguir para uma das varas do Tribunal do Júri de Maceió.
A decisão para que o processo saísse da 14ª Vara Criminal da Capital, que julga crimes contra crianças e adolescentes, e fosse remetido a uma vara do Tribunal do Júri, foi motivada pelo entendimento da comissão de delegados que investigou o caso e promotores do Ministério Público de Alagoas (MP/AL), os quais concluíram que o adolescente de 17 anos havia sido, de fato, assassinado.
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Após a falta de alegações no recurso apresentado por parte da defesa dos acusados, a Justiça decidiu pelo arquivamento do pedido de recurso e pela continuação do processo no Tribunal do Júri, cuja vara, no entanto, ainda não foi determinada.
Em contato com aGazetaweb, o advogado do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Zumbi dos Palmares (Cedeca), Cláudio Luiz, afirmou que, apesar de ser um avanço na continuidade do processo, a família de Davi lamenta muito cada atualização do caso.
"Com essa nova decisão, de que o processo vai para o Tribunal do Júri, há uma evolução no mesmo, uma continuidade, mas, de certa forma, é muito triste para a família, que sente novamente a dor do crime", disse o advogado.
Sobre os novos passos no processo, o advogado diz que havia a expectativa de que fosse julgado ainda neste ano, mas deve ser postergado em razão da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus.
"Agora nós iremos aguardar e ver se a defesa entrará com algum tipo de recurso, alguma manobra que tente retardar a evolução do processo. O ideal é que este julgamento acontecesse ainda este ano, mas, em razão da pandemia que estamos vivendo, isso deve acontecer somente no ano que vem", concluiu Cláudio.