Grades, janelas e portas arrancadas, mau cheiro, vidros quebrados. Quem entra no prédio da antiga Intendência de Maceió, localizado na Praça dos Martírios, não imagina os dias de glória do local, que já foi sede, inclusive, da própria prefeitura da cidade. Abandonado há vários meses, ele amarga aos poucos a destruição.
Pela segunda vez nesse período, a reportagem daGazetawebesteve no casarão, inaugurado em 1909 e encontrou cenas de depredação. Sem qualquer tipo de segurança ou vigília, dois homens retiravam, nesta quarta-feira (8), tábuas de madeira da construção. A presença da equipe não intimidou a dupla, que continuou o serviço.
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Pertencente à gestão municipal, o edifício, agora ocupado ocasionalmente por moradores de rua, vai ficando só o esqueleto. A caixa de energia elétrica, assim como lâmpadas e a fiação, foi levada e o elevador, totalmente destruído. Um vazamento de água mostra o desperdício.

Em julho, a Prefeitura de Maceió havia anunciado que o prédio, desocupado desde a mudança da Secretaria de Assistência Social (Semas), passaria a abrigar a Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), que atualmente funciona no bairro do Jaraguá. Até agora, porém, a ideia não se concretizou.
A reforma, segundo o prefeito Rui Palmeira, seria feita com recursos próprios. "Não temos tempo a perder, precisamos fazer uma reforma rápida para reocupar aquele prédio. Claro que para algo maior podemos buscar recursos com o Iphan, já que é um prédio de mais de cem anos. Mas imediatamente precisamos fazer alguma coisa com recurso próprio", disse ele à época.
A população reclama da demora. "Essas pessoas que tiram os materiais daí voltam todo dia. Não adianta a Guarda Municipal vir e não ficar. Desde a última vez que foi denunciado, ninguém fez nada. Os turistas vêm aqui no Centro para conhecer os prédios e veem essa destruição", afirmou um comerciante que preferiu não se identificar.
Em nota enviada à Gazetawebnesta quarta, a Secretaria de Comunicação informou que o projeto já foi elaborado e a administração vai buscar recursos federais para a execução das obras. Além disso, segundo a instituição, guardas municipais continuam a fazer rondas no local.
