Como já era de se esperar, o movimento nos cemitérios de Maceió foi intenso na manhã deste sábado (2), quando é celebrado o Dia de Finados. Muita gente aproveitou as primeiras horas do dia para prestar uma homenagem aos entes queridos que já morreram, levando flores, acendendo velas e fazendo orações diante dos túmulos.
Marcílio Silva, de 68 anos, foi uma das pessoas que saíram de casa logo cedo para visitar o túmulo dos pais, no Cemitério da Piedade, no bairro do Prado. Ele conta que comparece todos os anos e diz que a data está sendo esquecida pelos mais jovens.
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"O Dia de Finados não é mais como antes. Temos que manter as visitas porque essa é uma forma de matar a saudade dos nossos entes queridos. É um dia importante, no qual eu costumo vir sozinho ao cemitério", afirmou.
Pelos corredores dos cemitérios, onde não havia pessoas, havia o registro de que os visitantes passaram por lá, como flores fresquinhas colorindo os túmulos e velas acesas por todas as partes.

Uma dessas velas foi colocada em um túmulo neste sábado por Cristina Costa, de 61 anos, que considera importante manter a tradição do Dia de Finados e ir ao cemitério prestar homenagem aos entes queridos. Todos os anos ela sai de casa para visitar e acender vela para a mãe, que morreu há 28 anos.
"Nós, que temos os nossos entes queridos no cemitério, precisamos vir visitar. Sei que eles já se foram, mas ficam para a eternidade. Eu sempre coloco tanto minha mãe quanto meu pai nas intenções da missa", falou.
Há também aquelas pessoas que visitam os cemitérios de Maceió para lembrar dos entes queridos enterrados no interior de Alagoas. "Eu venho para visitar e rezar por todos os mortos. Além de lembrar dos meus parentes mortos também, que estão nas cidades do interior", contou Manoel Francelino, de 71 anos, que foi ao cemitério acompanhado da esposa.

Vendas
Para alguns, o Dia de Finados também é uma data para garantir uma renda extra para a família. Debaixo do sol, a ambulante Rita de Cassia aproveitou a data para vender produtos à porta do cemitério. Neste sábado, ela começou os trabalhos às 6h e deve permanecer por lá até o final do dia.

"O movimento está bom. Eu estou vendendo muito. Vendo dois pacotinhos de velas mais o fósforo por R$ 5. E água também, pra quem quiser", lembrou.
Junto com a mãe, Viviane Regina, de 18 anos, já está acostumada a vender flores e velas nas portas dos cemitérios sempre que chega o Dia de Finados. Ela contou qual o item que está sendo mais procurado pelos visitantes.
"As flores estão de dez reais e estão vendendo mais do que os pacotes de velas, que custam cinco reais dois pacotes", frisou.
No cemitério São José, no Trapiche, o movimento também é intenso. Maria José, de 61 anos, foi visitar a sobrinha e deixar velas e um buquê de flores, que custou R$ 5.
"O Preço está razoável. Acho que está melhor que no ano passado, inclusive as flores estão melhor. Ano passado eu comprei só um arranjinho e foi R$ 5. Esse ano foi maior e eu paguei o mesmo preço", contou.

O ambulante José Osório, de 52 anos, que vende flores nos cemitérios há 10 anos, ressaltou que esse ano a venda de flores está menos concorrida. Além disso, segundo ele, quem faz o preço é o cliente.
"O movimento está bom, pois temos menos concorrentes. A flor chegou mais cara para mim, mas eu estou vendendo mais que em 2018", pontuou.