Uma vistoria realizada no aterro sanitário de Maceió, na manhã desta quarta-feira (31), constatou vazamento direto de uma das lagoas de chorume para uma área de vegetação nativa. Os técnicos do órgão ambiental fizeram vistoria para verificar denúncias de problemas com o tratamento e descarte do chorume gerado.
Durante a fiscalização, a equipe encontrou um buraco recém escavado, na propriedade adjacente ao aterro, para drenar o chorume que estava vazando direto da lagoa, possivelmente devido a alguma infiltração. A lagoa foi construída para receber o excedente do chorume bruto gerado no aterro, mas está fora da área das demais lagoas.
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Funcionários do aterro e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente Maceió (Sedet) informaram que o vazamento aconteceu no último domingo (28). Como medida paliativa, foi escavado um grande buraco, colocado uma caixa d'água dentro e um dreno para bombear o líquido, caso ele continue a escorrer.

Imagens aéreas do local foram feitas para nortear as medidas que serão tomadas. Além disso, denúncias apontam que a área ocupada pelas operações do aterro já estão fora do que teria sido inicialmente licenciado, além de impactos como o soterramento de pequenos rios e nascentes. A situação também está sendo apurada.
Durante a fiscalização, foi entregue um ofício para a empresa administradora do aterro e, como os representantes não quiseram responder as perguntas dos técnicos, foram entregues oito intimações solicitando informações técnicas sobre a operação do aterro, tais como o volume de chorume gerado, a destinação do líquido, o arquivo da poligonal do equipamento, entre outras. Para a apresentação das informações foi dado um prazo de 48 horas.
Em nota, a Prefeitura de Maceió, responsável pela concessão pública da Central de Tratamento de Resíduos (CTR), informou que após constatar a intercorrência, a fiscalização da Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes) notificou a V2 Ambiental, empresa que é concessionária da CTR, e também acionou a equipe de monitoramento ambiental da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet). Após vistoria da Sedet, a V2 também foi autuada.
Em nota, a V2 Ambiental, gestora da Central de Tratamento de Resíduos de Maceió (CTR Maceió) informou que não há qualquer vazamento nas lagoas de chorume que ameace o meio ambiente. O fato flagrado nas vistorias seria um procedimento de manutenção realizado em uma das lagoas no último domingo (28/7), após inspeção de rotina que detectou um pequeno furo no revestimento da geomembrana, o qual foi imediatamente controlado. A ocorrência, segundo a V2, foi prontamente informada aos órgãos responsáveis.
Risco de rompimento
Durante a tarde, representantes do Ministério Público de Alagoas (MP/AL), de órgãos ambientais, de secretarias municipais e estaduais e do Conselho Regional de Engenharia (Crea), também fizeram uma inspeção no aterro sanitário de Maceió.
O promotor de Justiça Alberto Fonseca, um engenheiro da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) atestou que a situação das lagoa é segura, diferente do que circulou nas redes sociais nos últimos dias.
A inspeção se dá após o flagra e prisão em flagrante feito pela Polícia Civil de Alagoas, de caminhoneiros contratados pela Estre, empresa responsável pelo aterro, despejando chorume às margens de uma rodovia em Rio Largo, ao invés de levar o material para ser tratado no Recife.
Confira a nota na íntegra:
Responsável pela concessão pública da Central de Tratamento de Resíduos (CTR), a Prefeitura de Maceió informa que o vazamento na mangueira de uma das lagoas de chorume já havia sido identificado no domingo (28) pela equipe de fiscais da Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes) que atua diariamente no local.
Ao constatar a intercorrência, a fiscalização da Sudes notificou a V2 Ambiental, empresa que é concessionária da CTR, e também acionou a equipe de monitoramento ambiental da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet). Após vistoria da Sedet, a V2 também foi autuada. O vazamento foi sanado e o monitoramento segue no local para constatar se o problema foi decorrente de algum rompimento na manta que impermeabiliza a lagoa.
A Prefeitura reitera que a fiscalização na CTR é diuturna, com equipes que trabalham em escalas nos três turnos diretamente no local, e todas as medidas necessárias são de imediato adotadas a partir da identificação de quaisquer anormalidades em relação à operação.