A maioria dos imóveis vazios nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto foi arrombada. Portas, janelas, pias, portões, telhas, madeiras e outros utensílios, roubados. Os ataques ocorrem há mais de um ano. Nas ruas, os criminosos desafiam a própria estrutura de segurança.
Recentemente, assaltantes renderam dois seguranças da Braskem, levaram a chave do carro e bens dos seguranças, conforme revelou o presidente do Movimento S.O.S. Pinheiro, Geraldo Vasconcelos, ao demonstrar o clima de insegurança em ruas dos quatro bairros.
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Os ataques dos ladrões não param, segundo desabafam os moradores dos quatro bairros afetados. "Se a casa ficar vazia, quando a gente chegar, só restará as paredes", desabafou uma das moradoras de Bebedouro, que pede para não identificar nem a localização do imóvel.
O morador Zoroastro Medeiros explicou que, além do drama social de ter que deixar os imóveis onde viveram e construíram famílias, ele e os vizinhos ainda se deparam com a violência. "Os saques nos imóveis vazios, os assaltos e furtos aumentam os nossos problemas psicológicos. A insegurança é geral".
INDÚSTRIA
Em abril, a Braskem implantou programa de segurança patrimonial no bairro do Pinheiro e em grandes equipamentos localizados no mapa de desocupação. As ações foram desenvolvidas a partir do acordo e não suprem a segurança pública, que é exclusiva do Estado e Município.
Uma equipe profissional de vigilância fiscaliza e encaminha questões, como arrombamentos, invasões e vandalismo; registra as necessidades de controle de pragas ou ajustes na infraestrutura dos imóveis, como vazamentos de água e tamponamento.
A fiscalização comunitária também está em andamento nos bairros. O morador que constatar qualquer situação que gere insegurança poderá entrar em contato com a empresa no telefone0800 006 3029.
Já a Secretaria de Segurança Pública informa que "estamos realizando policiamento e outras ações nestas regiões desde o início dos problemas. Nossos policiais são orientados a atuar para monitorar, saturar as áreas e atuar de forma a combater as ações criminosas". Sugere que as famílias acionem o Disque denúncia (181) sem precisar se identificar.

SOLO EM MOVIMENTO
Os técnicos da Defesa Civil Nacional, de Maceió e do Serviço Geológico do Brasil (antiga CPRM), ao divulgar o novo mapa de risco nas áreas afetadas pela mineração, informam que a terra está se movimentando. Portanto, deve aumentar a extensão do perigo.
Isto quer dizer que, além dos 4,5 mil imóveis, mais 1.914 unidades habitacionais precisam ser desocupados, e outros podem ser incluídos para desocupação. Nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bom Parto e Bebedouro, já é possível observar novas rachaduras em casas, muros e ruas de locais próximos das áreas de risco do novo mapa da Defesa Civil de Maceió.
A preocupação é que os danos cheguem até a Avenida Fernandes Lima, a principal via de ligação da cidade com os bairros da parte alta. Até agora, isto não foi confirmado. "Continuamos monitorando o movimento geológico nos quatro bairros", disse o coordenador da Defesa Civil de Maceió, Dinário Lemos.