Após duas horas de protesto que fechou a Avenida Fernandes Lima nesta segunda-feira (25), o principal corredor de transporte da capital alagoana, os moradores dos bairros de Bebedouro, Mutange e Pinheiro liberaram a via e o trânsito seguiu o seu fluxo normal. Durante o ato, os manifestantes cobraram das autoridades respostas sobre as consequência do tremor de terra ocorrido há um ano e que vem afundando os imóveis, provocando prejuízo, medo e incerteza para milhares de famílias.
Nos dois trecho da Fernandes Lima, os moradores protestaram com cartazes e discursos de revolta. Eles alegam que, apesar da gravidade, as vítimas não têm tido o apoio necessário das autoridades, sejam elas das esferas municipal, estadual ou federal. O apelo: a indicação da causa dos tremores, rachaduras em imóveis e desmoronamentos de terras que vem ocorrendo na região há pouco mais de um ano; e uma ampla assistência a comunidade com indenização de danos morais.
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Diante disso, os moradores pedem que a Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério da Justiça intervenham na região e tomem à frente das investigações do caso, buscando os responsáveis e ofertando as respostas que a população cobra. A comunidade pede, ainda, pela assistência a moradores das demais regiões de risco, além dos antigos residentes da "área vermelha".
"É um caso que faz a pessoa entrar em depressão. Construí minha casa própria e, de um minuto para o outro, eu não tenho mais nada, não posso morar na minha casa, nem meu emprego é uma certeza, eu trabalho em uma academia daqui do bairro que a qualquer instante pode fechar", disse Rosângela Ferreira.
"O pior é saber que o pior suspeito participa das investigações. É um absurdo. Não tenho condições de pagar aluguel e aqui estou à mercê de ser enterrada viva", concluiu a moradora do bairro.
