A Polícia Militar (PM) e o Corpo de Bombeiros (CB) foram acionados, na manhã desta segunda-feira (14), ao calçadão do Comércio, onde um trabalhador rural sem-terra ameaçou pular do Edifício Walmap, que abriga o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no 11º andar. Com uma faca na mão, ele também fez ameaças a funcionários do órgão. Após uma conversa, os militares conseguiram contê-lo.
A reportagem daTV Gazetaesteve no local e, segundo relatos de testemunhas, Gilvan Emídio subiu e partiu para a janela do prédio, avisando a todos que iria pular. Servidores informaram que o trabalhador entrou no edifício, dizendo que faria uma limpeza em aparelhos de ar-condicionado.
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Com uma faca na mão, usada, inclusive, para ameaçar alguns funcionários do Incra, e uma corda amarrada ao pescoço, ele disse que se jogaria, mas foi contido.
Policiais militares isolaram o local com uma faixa de sinalização, para evitar a aproximação de curiosos. Além da PM, equipes do Corpo de Bombeiros também foram acionadas para uma negociação com o trabalhador. A cena chamou a atenção de comerciantes e clientes, além de provocar tumulto e correria nas dependências do prédio.
Emídio, que é ex líder de movimento sem-terra e natural do Assentamento Prazeres, em Flexeiras, disse que estava reivindicando agilidade em processos, mas não detalhou se o motivo é referente à propriedade de terras. Ele negou ter ameaçado funcionários do prédio.
Após as declarações, Emídio foi encaminhado ao Hospital Escola Portugal Ramalho, em uma viatura do Corpo de Bombeiros.

OCUPAÇÃO
Dezenas de famílias sem-terra ocuparam, no último dia 7, a sede do Incra. Os camponeses, vindos de diversas regiões do estado, reivindicam melhorias nos assentamentos, entre elas, o fornecimento de água e energia.
"Essa mobilização é em função da paralisação pela reforma agrária. Em abril, estivemos aqui, em reunião, e entregamos uma pauta à superintendência. Desde então, praticamente nada foi encaminhado. Cerca de 12 mil famílias assentadas no estado de Alagoas estão sem assistência técnica", explicou José Roberto, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-terra (MST).
*Com TV Gazeta
