O Conselho de Segurança da ONU votará nesta segunda-feira sobre o novo projeto de resolução que propõe enviar observadores a Aleppo, depois que a França concordou em levar em conta observações russas, informaram diplomatas.
Uma nova versão do projeto leva em conta as observações dos russos, depois que Moscou ameaçou vetar a proposta francesa caso ela fosse aprovada.
Leia também
O embaixador francês François Delattre indicou que os 15 membros do Conselho conseguiram chegar a um acordo sobre um texto "baseado exatamente" no projeto da França, que propõe o envio de observadores internacionais para monitorar a retirada dos civis de Aleppo e a sua segurança.
Delattre assinalou que os observadores não irão precisar de autorização do governo sírio para trabalhar. Seu colega russo, Vitali Churkin, estimou que se trata de "um bom texto", e disse que a votação acontecerá às 9h de amanhã.
Segundo a embaixadora americana Samantha Power, o projeto "contém todos os elementos essenciais que permitem a supervisão da ONU". Ela disse que é esperada "uma votação unânime".
Retirada
A retomada da evacuação de civis e rebeldes do reduto rebelde de Aleppo foi adiada pelo governo, após um ataque de homens armados a ônibus que removiam civis de duas cidades xiitas pró-Assad.
Vinte ônibus que entrariam em Fua e Kafraya, localidades xiitas visadas pelos rebeldes a 60km de Aleppo, foram atacados e incendiados por homens armados. O motorista de um dos ônibus morreu no ataque, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
"A operação foi adiada devido à ausência de garantias relacionadas à segurança dos evacuados das cidades de Fua e Kafraya", informou o diretor do Observatório, Rami Abdel Rahman.
Yasser al-Youssef, do grupo rebelde Nurredin al-Zinki, confirmou à AFP o "adiamento momentâneo" da operação, assinalando que o incidente não terá impacto na retomada da mesma.
Vinte ônibus que entrariam em Fua e Kafraya, localidades xiitas visadas pelos rebeldes a 60km de Aleppo, foram atacados e incendiadosGeorge Oirfarlian/AFP
Milhares de habitantes estão bloqueados em Aleppo desde sexta-feira, quando a remoção foi interrompida devido a divergências envolvendo o número exato de pessoas que deveriam deixar as duas localidades xiitas.
Com fome e frio, milhares de pessoas aguardaram durante todo o dia no bairro de Al-Amiriyah, ponto de partida dos primeiros comboios que, na quinta-feira, deixaram a cidade antes da suspensão.
O novo acordo fechado entre os beligerantes e aprovado pela Turquia, que apoia os rebeldes, e Rússia e Irã, aliados do governo, previa a entrada de dezenas de ônibus "sob a supervisão da Cruz Vermelha", segundo a imprensa oficial.