Segundo com um comunicado oficial divulgado presidência interina autoproclamada pela oposição, nesta quarta-feira (29), as conversas mediadas pelo governo norueguês entre os representantes de Nicolás Maduro e Juan Guaidó terminaram sem um acordo. As delegações dos dois líderes estão na Noruega pela segunda vez em uma semana para as reuniões.
"Agradecemos ao governo da Noruega pela vontade de contribuir com uma solução para o caos que sofre o nosso país. Estamos dispostos a continuar junto a eles", diz o texto. "Seguiremos unidos para conseguir uma solução em nossa Venezuela. Sabemos que essa iniciativa da Noruega foi um dos múltiplos esforços que foram feitos para alcançar uma saída urgente e efetiva para a crise venezuelana; apoio que os venezuelanos agradecem e correspondem".
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No dia 17 de maio, o governo da Noruega confirmou a mediação das conversas entre representantes dos dois líderes. Na semana seguinte, houve uma nova rodada de conversas.
Nesta quarta (29), o governo norueguês também divulgou um comunicado, no qual pediu que as duas partes envolvidas "mostrem extrema cautela em comentários e declarações sobre o processo". Também afirmou que "as partes demonstraram disposição de avançar na busca de uma solução consensual e constitucional para o país, que inclua questões políticas, econômicas e eleitorais".
Ao contrário de outros países europeus, a Noruega, que não faz parte da União Europeia, não reconhece Guaidó como presidente interino do país. O governo norueguês, no entanto, quer que Maduro e a oposição convoquem novas eleições.
A mediação norueguesa é impopular entre os opositores do chavismo, que acreditam não haver espaço para conversas com Maduro. O próprio Guaidó afirmou, no início, que todo diálogo deve desembocar na saída do presidente e na convocação de novas eleições.
País anfitrião do prêmio Nobel da paz e onde israelenses e palestinos negociaram os acordos de 1993, a Noruega tem uma longa tradição mediadora. Um exemplo é o processo que culminou no acordo de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em 2016.