O líder do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, disse nesta quinta-feira (9) que Nicolás Maduro tenta dar um golpe no Parlamento na Assembleia Nacional da Venezuela. O autoproclamado presidente também fez uma convocação para novos protestos no próximo sábado (11).
Durante entrevista coletiva, Guaidó disse acreditar que o regime vai prendê-lo. Na noite de quarta-feira, equipes do serviço de inteligência venezuelano prenderam o vice-presidente da Assembleia, Edgar Zambrano (leia mais sobre o caso adiante).
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"Damos como certo a escalada repressiva do regime. Vão continuar detendo deputados e vão prender o presidente interino", declarou Guaidó.
Guaidó diz à GloboNews que militares estão descontentes
O líder da oposição também disse que a Venezuela "cruzou a 'linha vermelha' há muito tempo". "Só tem uma saída, muito clara: aumentar a pressão com a Operação Liberdade e com ajuda internacional", emendou Guaidó.
Preso em um guincho
Forças de segurança controladas pelo regime de Nicolás Maduro cercaram e prenderam o vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Edgar Zambrano, na noite de quarta-feira.
Segundo relato do próprio Zambrano, publicado nas redes sociais, os guardas do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) cercaram e guincharam o carro onde estava o político. Ele foi levado ao Helicoide, prédio em Caracas que guarda opositores ao regime de Maduro.
"Usaram um guincho para nos levar à força ao Helicoide", relatou o oposicionista.
Ele é um dos políticos que teve a imunidade parlamentar cassada pela Assembleia Constituinte - organismo controlado pelo regime chavista - na terça-feira. Além de Zambrano, os partidários de Maduro também cassaram os direitos de outros seis deputados que apoiaram os protestos da semana passada.
Em 30 de abril, Guaidó convocou protestos ao afirmar que havia conquistado o apoio das Forças Armadas. Segundo ele, era a etapa final da chamada "Operação Liberdade", organizada para retirar de vez Maduro do poder. No mesmo dia, o opositor Leopoldo López deixou a prisão domiciliar.
O movimento, entretanto, foi fortemente reprimido por forças pró-Maduro. Cinco pessoas morreram, e 239 ficaram feridas após violenta repressão.