Milhares de manifestantes desafiaram as restrições impostas por causa da pandemia e tomaram as ruas de Varsóvia nesta sexta-feira (30) em protesto contra o endurecimento da lei sobre o aborto na Polônia. É a maior manifestação no país desde que o Tribunal Constitucional proibiu o procedimento em casos de má formação fetal.
Por causa dos altos índices de infecção pelo coronavírus ? foram 21,6 mil novos casos de Covid-19 apenas nesta sexta ?, a Polônia restringiu reuniões públicas para, no máximo, cinco pessoas. Diante da megamanifestação, a promotoria polonesa afirmou que vai processar os organizadores por causarem "ameaças epidemiológicas", crime que pode levar a oito anos de prisão.
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Os protestos vêm acontecendo desde a semana passada, quando a instância mais alta da Justiça polonesa declarou inconstitucional a permissão do aborto para casos de má formação fetal. Com a decisão, a prática fica permitida apenas para gravidez decorrente de estupro ou incesto, ou quando há risco para a saúde da mãe.
Durante os protestos, os manifestantes carregavam cartazes com dizeres como "Você não tem que andar sozinha" ou "Deus é mulher". Alguns dos participantes também levavam guarda-chuvas pretos ou placas com o sinal de um raio, símbolos dos protestos.
Policiais formaram barreiras de contenção para evitar depredações a igrejas e outros monumentos. Não havia registro de incidentes violentos graves até a última atualização desta reportagem.
Protestos na Polônia