A Comissão Europeia (CE), órgão executivo da União Europeia, deu sinal verde nesta terça-feira (24) à compra da SABMiller, segundo maior grupo cervejeiro do mundo, pela belga-brasileira AB InBev, líder global do setor, com a condição de que os negócios da companhia britânica na Europa sejam vendidos.
"Os europeus compram por ano cerca de ? 125 bilhões em cerveja, por isso mesmo um pequeno aumento no preço poderia prejudicar consideravelmente os consumidores", disse a comissária europeia de Concorrência, Margrethe Vestager, em comunicado.
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Por essa razão, ela afirmou que "era muito importante garantir que a compra pela AB InBev da SABMiller não diminuísse a concorrência nos mercados europeus de cerveja".
A AB InBev fechou em 2015 a compra de sua maior concorrente por ? 99,4 bilhões. A União Europeia temia que essa transação, como estava apresentada originalmente, pudesse aumentar os preços da cerveja nos países-membros nos quais a SABMiller está atualmente ativa (Itália, Holanda, Reino Unido, Romênia e Hungria).
Por outro lado, a AB InBev propôs se desfazer de praticamente todos os negócios da SABMiller na Europa para dissipar essas dúvidas. A AB InBev tem marcas como Corona, Stella Artois e Budweiser, enquanto a SABMiller tem Miller, Peroni, Pilsner Urquell e Grolsch.
A Comissão Europeia lembrou que a fusão dos grupos criará um líder mundial que venderá "o dobro de cerveja e lucrará quatro vezes mais" que a Heineken, atualmente a terceira maior cervejaria do mundo, e "venderá cinco vezes mais cerveja e lucrará 12 vezes mais" que a Carlsberg, a quarta.
Diante dessa preocupação, a AB InBev ofereceu se desfazer de todos os negócio da SABMiller em França, Itália, Holanda e Reino Unido, um pacote de ações pelo qual a companhia já aceitou uma proposta da japonesa Asahi, segundo a CE.
Além disso, a empresa belgo-brasileira propôs vender os negócios da SABMiller em República Tcheca, Hungria, Polônia, Romênia e Eslováquia.
"Em seu conjunto, estes compromissos fazem frente às preocupações da CE sobre concorrência", disse o órgão executivo, que acrescentou que sua decisão de aprovar o acordo "está condicionada pelo total cumprimento dos compromissos".