O presidente da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim) em Alagoas, Manoel Passos, gravou um vídeo nesta sexta-feira (5) em que repudia às declarações dadas pelo deputado estadual Cabo Bebeto (PSL), pelo Instagram, sobre um episódio envolvendo uma advogada e "truculência de policiais militares".
O caso em questão trata da denúncia realizada pela advogada Fernanda Noronha de que foi vítima, segundo ela, de abordagem truculenta de policiais militares no momento em que recebia os honorários de um cliente. A advogada foi à Central de Flagrantes denunciar o que considerava ser abuso de autoridade praticado por uma guarnição do Regimento de Polícia Montada (RPMon - Cavalaria).
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Segundo a nota da Anacrim, no vídeo que postou nas redes sociais, Cabo Bebeto saiu em defesa dos militares e colocou em xeque a acusação feita pela advogada. Manoel Passos classifica os argumentos apresentados pelo parlamentar com inverdades e pede que Cabo Bebeto assuma a postura de verdadeiro representante do povo, que o elegeu, e não apenas de uma categoria.
"O advogado é indispensável na administração da Justiça, tem prerrogativas e o senhor [deputado Cabo Bebeto] está sentado na cadeira da Assembleia Legislativa, representante do povo, não sendo, portanto, advogado da Polícia Militar. É, no entanto, advogado e representante da sociedade alagoana", destaca.
O presidente da Anacrim disse, também, que era necessário tornar públicas suas palavras, como o deputado fez, para "repudiar veementemente as declarações inverídicas" que partiram do Cabo Bebeto sobre os fatos. "Deixe para os órgãos de controle, de fiscalização, de providências fazerem o seu papel", pede o advogado.
O representante da Anacrim informou, ainda, que representou os policiais militares envolvidos na ocorrência no Conselho Estadual de Segurança (Conseg) e no Ministério Público, que, na avaliação do presidente da entidade, irão investigar o fato com absoluta isenção e procurar a responsabilidade dos fatos.
No vídeo em que postou nas redes sociais, o parlamentar afirma que "no Brasil, direitos e direitos humanos estão muito na moda". Por fim, Cabo Bebeto diz ainda que chama a atenção a postura da imprensa, que, segundo ele, "continua subjugando a ação policial", o que ele diz ser costumeiro.