O quarto e último suspeito do crime que vitimou o jovem Abinael Ramos Saldanha, de 25 anos, foi apresentado em coletiva na manhã desta quinta-feira (21), na sede da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic). Jonathan Barbosa de Oliveira, de 24 anos, disse que estava na cidade de Lajedo, em Pernambuco, desde que Jalves - outro envolvido na morte - foi preso. Ele teria recebido R$ 2 mil pelo homicídio e se apresentou nessa quarta-feira, na delegacia de Maceió. A arma utilizada no crime não foi localizada.
De acordo com informações do delegado responsável pelas investigações do caso, Ronilson Medeiros, a função de Jonathan foi conduzir os outros comparsas, Jalves e Deivisson, para Maceió, após o cometimento do crime em Rio Largo.
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Durante a coletiva, o quarto suspeito alegou não saber que o crime seria cometido, afirmando que deixou os dois comparsas no bairro da Santa Lúcia para se encontrar com o Eriksen Dowell, que é apontado como o mandante do crime.
"Estava em casa quando Jalves ligou pedindo para que fosse pegá-lo em Rio Largo. Já peguei eles na estrada e não vi nem o crime ser cometido nem o fogo no carro. Depois disso, fui para casa com o carro do Jalves, porque, como éramos amigos, era comum um pegar um carro do outro", relatou Jonathan.
Em sua fala, Jonathan ainda contou que Jalves estava nervoso, mas que não perguntou o motivo e só soube que havia acontecido um assassinato quando o comparsa foi preso. "Por isso, fugi, pois fiquei com medo de acontecer alguma coisa comigo", acrescentou.
O delegado Ronilson Medeiros disse que as provas dos autos mostram que Jonathan recebeu R$ 2 mil pela participação no crime. "O quarto suspeito está trazendo um álibi que o favoreça, mas nada disso confere com os outros depoimentos", contou Ronilson.
Jonathan vai responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, mas, como não tem antecedentes e se apresentou voluntariamente, a pena deve ser menor, conforme ressaltou Ronilson. "Ele foi contratado pelo Deivisson, que, por sua vez, já foi contratado pelo Jalves. Mas os três eram amigos".
O delegado informou, ainda, que o inquérito está concluído e faltava apenas a apresentação do último participante. Porém, a arma do crime, um revólver 38, não apareceu ainda . "A arma não foi apreendida. Num primeiro momento, o Jalves disse que comprou o celular do Abinael na Feira do Rato. Depois, ele disse que comprou do Eriksen e, por último, se negou a falar. Como ele é o autor material do crime, era ele quem poderia apontar o paradeiro dessa arma, mas se reservou no direito de só falar em juízo. Isso não interfere no inquérito, já que a forma como o crime aconteceu está comprovada por meio dos depoimentos".