O homem acusado de praticar ato obsceno diante de uma jovem em um coletivo de Maceió está sendo procurado pela polícia para prestar depoimento. José Carlos Silva dos Santos e a esposa fugiram de casa, localizada no bairro do Tabuleiro dos Martins, deixando os pertences para trás, segundo revelou a Delegacia da Mulher.
O Ministério Público Estadual já pediu a prisão do suspeito e o Tribunal de Justiça analisa se atende ao pedido.
Leia também
José Carlos Silva, de acordo com a Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente, foi indiciado pelo estupro de dois meninos, um de 12 e outro de 7 anos.
Nesta manhã (16), a polícia foi à residência da vítima para tentar depoimento sobre o episódio, para que seja aberto um Inquérito Policial. Ainda no dia 13, mesmo dia em que aconteceu o delito, a jovem registrou um Boletim de Ocorrência (BO) junto à Delegacia de Homicídios, que passou o caso para a 2ª Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Mulher.
A chefe de operações da Delegacia da Mulher informou à Gazetaweb que já esteve na casa e trabalho do acusado e verificou que ele fugiu. "Para a Delegacia da Mulher o José Carlos não é considerado foragido da polícia, porque ele não iria ser preso. Esse é um caso de contravenção penal. Ele iria ser ouvido e liberado, porque esse tipo de crime é considerado de menor potencial ofensivo", informou Zeina Oliveira.
"Agora, no último dia 7, o Senado Federal aprovou um projeto de lei que está nas mãos do presidente Temer, para ser sancionado ou não, onde crimes como esse vai se transformar em importunação sexual, e o autor pode pegar de um a cinco anos de prisão, no caso de ser pego em flagrante. A exemplo desse caso: se o Temer já tivesse sancionado a lei, e o José Carlos tivesse sido pego na hora, ele já estaria preso", explicou a chefe de operações da Delegacia da Mulher.
Dados da Secretaria de Segurança Pública de Segurança (SSP) revelam que, nos anos de 2016 e 2017, foram registrados nove denúncias do tipo de abuso sexual em ônibus. Já neste ano, quatro denúncias sobre o mesmo tipo de caso foram registradas no estado.
A Delegacia da Mulher orienta como motoristas e cobradores devem agir diante do tipo de situação. "O motorista deve fechar as portas do ônibus e conduzi-lo até uma delegacia ou guarnição das polícias Militar ou Civil, que os conduziram à delegacia. A vítima, o autor e uma testemunha seriam o bastante para realizar o Boletim de Ocorrência", disse Zeina Oliveira, chefe de serviço da Delegacia da Mulher, em entrevista à TV Gazeta.
O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sinturb) afirmou que os rodoviários vem recebendo constantes treinamentos e, entre os módulos trabalhados, o assédio é discutido, onde são orientados como agir em casos onde passageiros são vítimas.
O Sinturb afirma ainda que junto à Associação Nacional dos Transportes (NTU) fará uma campanha de combate a violência contra mulher dentro dos ônibus que circulam na capital, além de, também, orientar passageiros de como denunciar agressões.
Quando questionada pela reportagem sobre a medida a ser adotada com o motorista do ônibus, onde aconteceu o episódio, [mesmo abriu a porta do veículo, o que possibilitou a fuga do suspeito] a Real Alagoas disse que não vai se posicionar.
Para denúncias sobre o paradeiro de José Carlos, telefonemas anônimos podem ser feitos para os números 181 e o (82) 3315-4327, da Delegacia da Mulher.