A Polícia Civil vai investigar o crime de conotação sexual sofrido por uma passageira dentro de um coletivo de transporte urbano de Maceió. O episódio aconteceu nessa segunda-feira (13). Revoltada com o ato obsceno, a mulher reagiu à investida. Tudo foi gravado em um vídeo.
Por outro lado, a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) informou que vai propor ao aplicativoCittamobi a inclusão de um dispositivo de pânico - que deve funcionar interligado as centrais de polícia -, podendo ser acionado pelos próprios passageiros.
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O chamado botão do pânico é previsto por lei municipal. Ele seria implantado nos veículos, no entanto, a SMTT aleta para o risco do sistema, alegando ser um risco ao motorista.
"A SMTT sugeriu de pronto, inclusive atendendo o pedido do sindicato dos rodoviários, para que o botão de pânico seja instalado, não nos veículos como previsto em lei, e sim noCittamobi. Assim qualquer usuário poderá acionar a polícia. Fizemos a sugestão para que a Câmara Municipal faça essa emenda na lei. Isso pode aumentar as chances de a polícia ser acionada e evita que o motorista e o cobrador fiquem na mira dos bandidos em caso de assalto, já que eles estariam cientes de que o equipamento só pode ser acionado por ambos trabalhadores", informou Antônio Moura, superintendente da SMTT.
A SMTT também indicou que vai sugerir aos empresários do transporte urbano que façam treinamentos com os cobradores e motoristas afim de orientá-los a se portar diante de crimes sexuais cometidos dentro dos coletivos.
"Confesso que a ainda não nos atentamos para o tipo de treinamento. Mas, sempre orientamos as empresas a realizarem os mais diversos tipos de capacitação para o motorista e o cobrador e, nesse sentido, certamente, será um próximo pedido às empresas para que os funcionários sejam treinados", ressaltou o superintendente da SMTT.
No âmbito da Polícia Civil, o caso será apurado pela delegada Cássia Mabel, titular da Delegacia da Mulher, localizada no conjunto Salvador Lyra, parte alta de Maceió.
Até o fim da manhã, o boletim de ocorrência ainda não tinha sido formalizado pela vítima ou por alguma testemunha do episódio, mas a direção da Polícia Civil já confirmou àGazetawebque as circunstâncias serão apuradas com aprofundamento.
A reportagem tentou contato com a vítima do assédio sexual, mas não conseguiu. Amigos dela usaram as redes sociais para se solidarizar e demonstrar revolta na mesma proporção.
O caso
O coletivo onde o fato aconteceu pertence à empresa Real Alagoas e fazia a linha Eustáquio/Iguatemi, em Maceió. Um vídeo compartilhado nas redes sociais flagrou o momento de revolta de uma jovem após ser assediada por um homem que se masturbou diante dela.
Nas imagens, é possível ver que o homem está com o zíper da calça aberto e tenta se proteger com uma mochila, enquanto a vítima lhe dá tapas e grita pedindo respeito. Os passageiros, indignados e tentando contê-lo, pedem que o motorista do veículo não abra a porta traseira do carro para evitar sua fuga, mas não são atendidos.