Estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) denunciam a presença de policiais militares descaracterizados no campus AC. Simões, na parte alta de Maceió. Os alunos só identificaram a presença da polícia após abordagem truculenta a suspeitos armados, ocorrida na noite da segunda-feira (2).
De acordo com a declaração de um aluno, que não quis ser identificado, policiais encapuzados e descaracterizados apontaram armas para três jovens suspeitos em uma região de pouco movimento da Ufal. A situação causou embaraço e ele e uma amiga, que estavam passando próximo aos suspeitos no momento, acreditaram que a abordagem havia sido a eles. Ambos os grupos correram - os alunos e os suspeitos -, mas a polícia conseguiu realizar a apreensão.
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O aluno disse que não imaginou que os encapuzados fossem policiais, pois demoram para se identificar. "A gente saiu correndo enquanto os policiais armados estavam correndo 'atrás' da gente. Pensávamos que era conosco, mas era com a 'maloqueira' que estava bem atrás da gente. Aí o policial gritava 'fique quieta, fique quieta' e a minha amiga assustada jogou o celular embaixo de um ônibus achando que era um assalto".
O aluno ainda afirmou ser contrário à presença da PM na Ufal. "Eles não têm preparo adequado para lidar com o público universitário, são truculentos. Temos um perfil bem plural e as nossas atitudes libertárias geralmente são consideradas suspeitas", acrescentou ele, lembrando que esta não foi a primeira ação da Polícia Militar na instituição e que alunos, anteriormente, já foram os 'abordados'.
Já outro aluno que estava próximo e conseguiu ver bem a ação diz concordar com a presença da PM na universidade. "Vi a ação e nos primeiros momentos estava tranquilo, o problema começou quando um dos suspeitos correu", afirmou o estudante que também não quis ser identificado.
Os suspeitos
De acordo com o Batalhão de Polícia Escolar (BPEsc), o grupo de suspeitos - duas adolescentes e um homem identificado como Michael Mendes da Silva, de 21 anos -, portava um revólver calibre 38. Todos foram detidos e levados até a Central de Flagrantes I. Michael foi autuado por porte ilegal de arma de fogo. Já as adolescentes responderão por ato infracional e foram liberadas em seguida.
BPEsc e Ufal
Em entrevista àGazetaweb,o tenente-coronel Saraiva, comandante do BPEsc, confirmou a ação. "Não foi nada direcionado. Assim como atuamos na Ufal, poderia ter sido em qualquer unidade escolar. Recebemos informações de que tinham pessoas armadas lá, aí acionamos a Força Tática e o nosso Serviço de Inteligência para ação", disse ele, acrescentando que, em muitas situações, o Serviço de Inteligência atua descaracterizado, como foi o caso da ocorrência citada.
AGazetawebtambém tenta contato com a assessoria da Ufal para saber o posicionamento da instituição quanto à ação policial.
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