Uma comissão do Sindicato dos Policias Civis de Alagoas (Sindpol) formalizou, junto à direção-geral da Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (9), o pedido para que uma nova comissão de delegados seja formada visando à sequência das investigações sobre o desaparecimento da jovem Roberta Dias, registrado no ano de 2012. O pedido formal acontece após a divulgação de um áudio entre o suposto responsável pela morte da vítima e um amigo. A gravação, transcrita pela Polícia Federal, seria de 2016 e, quase dois anos depois, o jovem que confessa o crime não foi preso.
A comissão pretendia entregar o pedido ao diretor-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira. Porém, por problemas de saúde, o delegado não recebeu os sindicalistas. Para o sindicato, o áudio que ganhou as redes sociais e a imprensa ao longo das últimas semanas coloca em xeque a capacidade de os atuais delegados continuarem à frente das diligências.
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"A atual investigação encontra-se há seis anos nas mãos destes delegados, e há erros crassos. Sem contar que os investigadores estão de posse do áudio desde o ano de 2016, sem concluírem as investigações e apontando dois policias civis como responsáveis pelo desaparecimento e morte da jovem", diz trecho do documento protocolado na sede da Polícia Civil, em Jacarecica.
Fazem parte da comissão os delegados Ana Luíza Nogueira, Rodrigo Sarmento, Maria Angelita e Cícero Lima, que preside o inquérito. Ainda segundo o Sindpol, a mudança seria fundamental no sentido de se garantir isenção ao trabalhos, com vistas à conclusão das investigações.
Apesar de ter sido protocolado nesta quarta-feira, não há prazo para que a direção da Polícia Civil se manifeste, acolhendo ou rejeitando a solicitação da entidade de classe. Já os delegados responsáveis pela investigação vão prestar esclarecimentos junto ao Conselho de Segurança do Estado de Alagoas (Conseg).
A polêmica veio à tona após o Sindicato dos Policiais Civis argumentar prejuízos causados aos dois policiais civis que estiveram presos, apontados como autores do desaparecimento. Para a entidade, os policias Gledson Oliveira da Silva, 33, e Carlos Bráulio Idalino, 38, presos preventivamente em 2013, são inocentes.
O diálogo que detalha o suposto crime tem quase 20 minutos e, nele, o suspeito de ser o assassino diz que enforcou Roberta com um fio dentro de um veículo. Ele confirma que foi convencido pelo então namorado de Roberta, pai do bebê que a jovem esperava, a cometer o crime.