A Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) prendeu, nesta terça-feira (1), o suspeito de agredir e estuprar duas mulheres surdas em Maceió. Ele foi identificado como Lucian Ferreira, de 27 anos, e seria namorado de uma delas. Na casa dele, a PC encontrou aproximadamente 134 bombinhas de maconha, uma marica, uma faca e bilhetes das vítimas e dele.
À polícia, o suspeito confessou as agressões e disse que estava tentando obter uma informação. Ele alegou que a namorada estaria tendo um caso com um homem chamado Wellington.
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"Elas tinham que dizer a verdade. O que fizeram foi uma covardia com minha esposa. A Maristela não me contou. Eles estavam juntos. Wellington transou com minha esposa. Ele pegou minha esposa a força. Ele era meu amigo".
Ele disse ter cometido o crime porque nenhuma das duas queria "contar a verdade". "Eu agredi, fui cortando, cortando o cabelo até que elas falassem a verdade. Agredi porque elas estavam escondendo a verdade. Não estuprei. Inclusive, ela estava menstruada. Eu me arrependo do que fiz, nunca fui preso e agora estou passando essa vergonha", disse Lucian Ferreira.
Durante o depoimento, porém, ele entrou em contradição. "Ele disse que Wellington transou com a esposa e numa outra fala diz que a esposa foi estuprada. Agora, existe uma terceira pessoa que foi obrigada a manter relações com a Maristela. Esse rapaz foi escutado e liberado", informou a chefe de serviço da delegacia, Zeina Oliveira.
De acordo com a polícia, com medo, Maristela teria confirmado o estupro da esposa de Lucian. As investigações, porém, apontam que a esposa manteve relações com outro homem por espontânea vontade.
O crime
O crime aconteceu na semana passada e um vídeo da agressão foi divulgado e viralizou nas redes sociais. Nas imagens, é possível observar que uma das vítimas tem o cabelo cortado e fica com uma faca pressionada contra o seu tórax por diversas vezes. Maristela Fideli, de 31 anos, foi filmada nua e clamando por misericórdia.
As duas mulheres, Maristela Fideli e Yana, prestaram depoimento na Delegacia da Mulher, no Salvador Lyra, e relataram os acontecimentos. Os três moravam juntos há cerca de seis meses. Segundo elas, Lucian seria usuário de drogas e teria perdido o controle quando ambas se negaram a dar R$ 200 a ele.
De acordo com familiares de Yana, ninguém tinha conhecimento de comportamentos violentos por parte dele. A família sabia somente que ele era ex-usuário de drogas, mas que estaria recuperado do vício. Já a mãe do rapaz teria alegado que ele é bipolar e teve um surto.
A família de Maristela alega que tanto ele quanto a mãe devem pagar pelo crime, já que a mulher teria mantido a vítima em cárcere privado por três dias - da madrugada da quinta para a sexta-feira, quando aconteceu o caso, até domingo.
"Ela levou o filho dela para uma clínica e deixou minha filha sofrendo; escondeu minha filha, deixou em cárcere privado. Quando cheguei na casa dela, estava trancada e ela pegou no braço da minha filha dizendo que ela estava com manhã, mas minha filha não conseguia nem se mexer. Quero que os dois paguem", disse Albertina Fideli.
Ela afirma que Maristela chegou a ser levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas que, lá, teria sido informado que ela sofreu um assalto. Quando tentou pedir ajuda teria sido impedida. A família só conseguiu encontrar a jovem no domingo, depois de Yana revelar que as duas teriam apanhado e sido estupradas.
