A morte do prefeito de Arapiraca, Rogério Teófilo (PSDB), e a sucessão do poder naquele município foram repercutidas na sessão ordinária da Assembleia Legislativa Estadual (ALE), na manhã desta terça-feira (11). A Casa aprovou requerimento para voto de pesar pelo falecimento, apresentado pelo deputado Tarcizo Freire (Progressistas), mas o que dominou os discursos foram as duras críticas ao grupo político que vai assumir a gestão.
Tarcizo usou o momento de discussão do pedido que fez para lamentar a morte do colega agrestino. Além de destacar as virtudes de Teófilo, ele aproveitou para alfinetar a vice-prefeita de Arapiraca, Fabiana Pessoa, que passa a comandar o município nesta terça-feira.
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"Para que a ganância de assumir a cadeira, achando que ali é a mega-sena? Ainda existem pessoas desta personalidade, mesmo diante de uma pandemia, quando todos estamos sendo ensinados a ser mais humanos. Arapiraca não pode ser administrada como uma empresa, como este grupo está pensando", afirmou o deputado, revelando que articulou o pedido coletivo de exoneração dos secretários da gestão, oficializado nessa segunda-feira (10).
Já o deputado Antonio Albuquerque (PTB) endureceu o discurso. Ele disse que ficou surpreso com a solidão política no sepultamento de Teófilo, fato que o impulsionou a expor sua opinião naquela ocasião. "Ao longo de um ano e três meses, quando foi detectado com câncer, Rogério Teófilo passou a conviver com duas doenças, uma sob o cuidado da medicina, e outra terrível, que é a doença da insensatez, ganância e covardia desmedida", ressaltou.
Ele classificou a atitude da vice-prefeita como um típico caso de avareza desmedida e de arrogância desproporcional. "O luto de Arapiraca é maior pelo que se vivencia na sucessão do que pela morte natural do prefeito. Quero acreditar que a dor é maior de vivenciar um ato de absoluta desumanidade".
Albuquerque citou a denúncia de ex-secretários de gestão, dando conta de que Fabiana Pessoa, o marido - deputado Severino Pessoa (Republicanos) - e um vigilante estiveram no Centro Administrativo e fecharam os portões com cadeados, impedindo a entrada dos funcionários.
"Ver no noticiário que, na calada da noite, este grupo fechou o Centro Administrativo é criminoso, além de ridículo. Isso é observar a pequenez moral, falta de respeito com a coisa pública e com Arapiraca. Ao longo deste um ano de tratamento, padeceu o professor Rogério de uma perseguição para que ele deixasse a prefeitura para este grupo político tomar conta. Vou ficar atento a cada detalhe da política para combater o exagero que ali for praticado", expôs o parlamentar.
E completa ao se referir a Severino Pessoa: "Deputado medíocre e inexpressivo, que se vale por ser filho de Arapiraca para se apossar do município. O desrespeito às famílias praticado por este casal não pode ficar coberto pelo manto da covardia. Não posso permitir que este absurdo continue sem nenhuma fiscalização mais rigorosa".
A morte de Rogério Teófilo também foi repercutida pela maioria dos parlamentares presentes à sessão, incluindo Ricardo Nezinho (MDB), que foi adversário do tucano, nas últimas eleições municipais, e, mesmo sob o manto do Palácio República dos Palmares, acabou sendo derrotado.