O Ministério do Trabalho exonerou o superintendente Regional do Trabalho de Alagoas, Israel Lessa. A portaria com a mudança no comando do órgão está publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (13) e, no lugar dele, assume o cargo Antônio Carlos de Almeida Barbosa.
O documento é assinado pelo ministro da pasta, Ronaldo Nogueira de Oliveira, e a exoneração acontece após a interdição da Superintendência do Trabalho em Maceió, medida tomada pelo Corpo de Bombeiros devido à falta de segurança do local. O prédio está fechado desde terça (11) e todos os serviços estão suspensos.
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Lessa, porém, diz que a medida não tem relação com o fechamento da sede. Segundo ele, a vaga teria sido usada como moeda de troca para uma votação favorável ao presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados, tanto na Comissão de Constituição e Justiça quanto posteriormente em plenário.
"Meu cargo foi usado como moeda de cargo para salvação da vida do presidente. Como o deputado que me indicou, Ronaldo Lessa, é oposição a ele, o governo negociou com outro deputado o cargo para ter a certeza do voto para salvar a vida de Temer nessa votação que está para acontecer", apontou o ex-gestor em entrevista àGazetaweb.
Ele afirma ter se surpreendido com a exoneração. "Fui pego de surpresa. Mas digo que a surpresa é porque quando a caneta funciona a gente sente a realidade daquele momento. Fiquei sabendo porque saiu no Diário da União, mas já tinha mais ou menos ideia do que isso poderia acontecer pela posição do meu deputado".
Israel Lessa estava à frente da superintendência desde outubro de 2012.
Interdição
Localizada no Centro da capital alagoana, a sede da SRTE foi interditada pelo Corpo de Bombeiros por oferecer riscos a servidores e usuários, conforme alegação da corporação. De acordo com os trabalhadores, a estrutura física do espaço é insalubre, pondo em risco a saúde de todos os que frequentam o local.
Então superintendente, Israel Lessa afirmou, na ocasião, que desde 2009 vem buscando recursos para realizar os devidos reparos. Ele reconheceu que, do jeito em que se encontra, a atual sede "não é o melhor local" para o funcionamento dos serviços, que envolvem emissão de carteira de trabalho e entrada no seguro desemprego, entre outros.
"Já vínhamos trabalhando para que o Ministério do Trabalho, por exemplo, liberasse recursos para o aluguel de um novo prédio, de modo que pudéssemos ofertar todas as condições necessárias. A previsão é de que recebamos os últimos documentos até esta sexta-feira. E apesar da interdição, vamos correr atrás do orçamento para o aluguel de uma nova estrutura".
Desde 2009, o Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social (Sindprev) também vinha alertando sobre a necessidade de um novo local, em virtude "da situação de caos, com salas insalubres e diversos materiais no chão, além de rachaduras e problemas hidráulicos e elétricos".