Os deputados estaduais Edval Gaia (PSDB) e Severino Pessoa (PSC), citados na investigação da operação Sururugate, serão novamente intimados à comparecer a sede da Polícia Federal para prestar depoimento sobre as acusações de desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE).
O superintendente da PF no estado, o delegado Bernardo Gonçalves, informou em entrevista àTV Gazetaque os parlamentares poderão ser conduzidos coercitivamente, caso não atendam à intimação da polícia. "Eles serão novamente intimados. E se eles persistirem em não se apresentar para prestar os necessários esclarecimentos, haverá provavelmente uma condução coercitiva".
Leia também
Edval Gaia e Severino Pessoa são acusados de pagarem supostos salários a servidores fantasmas. Durante as investigações, de acordo com o delegado Bernardo Gonçalves, foi descoberto que um dos servidores do deputado Severino Pessoa mora em um lixão em Arapiraca. "Ele disse que se quer tinha conhecimento de que era servidor da Assembleia Legislativa. Além disso, não tem nenhuma condição econômica e financeira de ser servidor", explicou. O servidor teria recebido aproximadamente R$ 46 mil em salários.
"Ele revelou que chegou a trabalhar durante a campanha do deputado, como coordenador das pessoas que faziam propaganda com as bandeiras. E nesse período, ele forneceu alguns dados e chegou a assinar alguns documentos sem ler", destacou o superintendente Bernado Gonçalves.
O delegado revelou que já o deputado Edval Gaia teria incluído na lista dos servidores um homem que mora e tem vínculo empregatício em São Paulo. "No período de 2010 a 2012, ele tinha vínculos empregatícios com empresas de São Paulo, sendo o mesmo período que ele recebeu como servidor da Assembleia, chegando a aproximadamente R$ 105 mil. Não bastante, a esposa dele também recebeu salários, cerca de R$ 61 mil".
O deputado também é acusado de lotar em seu gabinete uma faxineira, que trabalhava na casa de um de seus parentes. Em depoimento, ela disse que o salário que recebia pelo serviço prestado na ALE e na casa do primo do deputado era R$ 2 mil. "No período que a gente teve acesso, ela recebeu R$ 192 mil em aproximadamente 20 meses, o que dá um salário médio de R$9.6 mil", destacou o superintendente.
De acordo ainda com o superintendente Bernardo Gonçalves, .um dos deputados foi indiciado 45 vezes por desvio de salários fazendo uso de funcionários fantasma. Outros sete deputados ainda serão intimados.