Movimentos populares fizeram um ato e lançaram um manifesto, na manhã desta quarta-feira (6), no campus Maceió da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), para cobrar do governo do Estado a imediata utilização do Fecoep [Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza] em benefício de mais de 500 mil famílias pobres do Estado.
Eles pedem celeridade na elaboração do Plano para o Enfrentamento dos Efeitos Econômicos e Sociais da Pandemia da Covid-19 para os mais vulneráveis. O assunto foi discutido e encaminhado há mais de quatro meses, numa reunião ampliada do Conselho Integrado de Políticas de Inclusão Social (CIPIS), mas nada foi apresentado até agora.
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No ato simbólico, representantes de várias entidades exibiram faixas, bandeiras, cartazes e gritaram palavras de ordem cobrando o uso do Fecoep para ajudar os mais pobres na pandemia. Os movimentos querem dialogar com a população sobre a necessidade de assegurar os recursos do fundo para enfrentar os impactos deste momento de calamidade em decorrência do novo coronavírus entre a população mais pobre de Alagoas.
No manifesto apresentado durante o ato, a campanha exige da Reitoria da Universidade uma imediata apresentação da versão preliminar do Plano.
"É inadmissível que os 570 (quinhentos setenta) mil alagoanos extremamente pobres, que representam 17,2 % dos 3.314 milhões de habitantes do Estado, segundo dados do IBGE, sigam condenados o desamparo e o desalento em função da letargia na elaboração, aprovação e execução de um Plano Emergencial que os socorra imediatamente", destaca trecho do documento.
Confira o manifesto na íntegra:
QUEM TEM FOME, TEM PRESSA!
MANIFESTO
As entidades e movimentos sociais que coletivamente coordenam a campanha: "O Fecoep precisa ajudar os mais pobres na pandemia", cujo objetivo é assegurar que os recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza- FECOEP, sejam destinados a elaboração de plano emergencial para mitigar o severo impacto do novo coronavírus entre a população que vive na extrema pobreza no estado de Alagoas e demais atores sociais, vem a público apresentar o seguinte MANIFESTO:
1. A sociedade alagoana é testemunha da luta para que Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza- FECOEP, cumprindo seu objetivo finalístico, socorra os mais pobres dos agudos efeitos sociais e econômicos da Pandemia;
2.Somente após a propositura de uma Ação Civil Pública, em tramitação na 31ª Vara Cível da Capital, acompanhada de uma ampla mobilização nas redes sociais, que congregou mais de 100 entidades/movimentos sociais das cidades e do campo, o Conselho Integrado de Políticas de Inclusão Social (CIPIS), em reunião no dia 19 de Agosto, deliberou pela constituição de um Grupo de Trabalho, coordenado pela Universidade Federal de Alagoas, para elaboração de um Plano para o Enfrentamento dos Efeitos Econômicos e Sociais da Pandemia do Covid-19 entre os mais pobres:
3.É inacreditável que transcorridos mais de 4 (quatro) meses dessa deliberação, o Grupo de Trabalho, coordenado pela UFAL, sequer uma versão preliminar do Plano tenha sido apresentada nem para sociedade, nem mesmo para o próprio Conselho;
4.É inadmissível que os 570 (quinhentos setenta) mil alagoanos extremamente pobres, que representam 17,2 % dos 3.314 milhões de habitantes do Estado, segundo dados do IBGE, sigam condenados o desamparo e o desalento em função da letargia na elaboração, aprovação e execução de um Plano Emergencial que os socorra imediatamente.
Por todo o exposto, cobramos:
Ao Reitor da Universidade Federal de Alagoas que apresente, em uma ampla plenária com as entidades/movimentos sociais, com máxima urgência, versão preliminar do Plano.
Quem tem Fome, Tem Pressa!