As pessoas desconhecem a íntima relação que existe entre intestino e saúde. Esse órgão, conhecido geralmente pela função excretora e absortiva (de nutrientes e água), é considerado o segundo cérebro do corpo humano, já que possui mais de 100 milhões de neurônios conectados à região cerebral e também é responsável por 80% da produção da serotonina, o hormônio do bem-estar que regula o nosso humor, o sono, o apetite, a sensibilidade à dor, temperatura corporal, o ritmo cardíaco, entre outras funções, inclusive as intelectuais.
Um desequilíbrio no intestino (disbiose) gera uma cascata oxidativa que traz danos sérios ao corpo, como a fragilidade do sistema imunológico, deixando a pessoa vulnerável às doenças. Segundo explica a médica Cláudia Loureiro, especialista em medicina preventiva e graduada em medicina ortomolecular, para cuidar do intestino é imperioso adotar uma alimentação saudável. "Se você maltrata o intestino com alimentos inflamatórios, ele deixa de fazer sua principal função, que é absorver nutrientes e água. E como a pessoa vai viver? Sem saúde", alerta a médica.
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O ideal, recomenda a médica, é se alimentar da forma mais natural possível, o que implica em eliminar do cardápio os produtos industrializados, principalmente. "É claro que nós vamos nos submeter a comer produtos industrializados porque vivemos num mundo industrializado. Mas, é preciso aprender a fazer escolhas e uma das mais importantes é: descascar mais e abrir menos", orienta.
Na avaliação de Cláudia Loureiro, parte da população busca por alimentos saudáveis, mas desconhece o que seja isso. "As pessoas vão aos grandes mercados gourmet e encontram um monte de produtos industrializados rotulados como saudáveis. É o chip de batata doce, embrulhado em papel alumínio (o alumínio contamina o alimento); o sal rosa refinado, ou seja, acrescido de produto químico; o óleo de coco, que é maravilhoso, mas que está oxidado porque foi acrescido de sabores como limão e laranja; o biscoito sem glúten e sem lactose, mas com açúcar lá em cima; o leite sem lactose, mas que tem caseína, que é uma proteína que nosso intestino não tem condições de quebrar e absorver. Tudo isso é alimento inflamatório", revela.
A médica explica que entre os alimentos inflamatórios os piores são os embutidos, atualmente considerados antinutrientes, e que favorece ao aparecimento do câncer de estômago e intestino, entre outras doenças graves. A dra. Cláudia também lista a obesidade como resultado de uma dieta inflamatória e insiste que, infelizmente, muitas vezes as pessoas nem sabe o básico para fazer uma alimentação saudável. "Alimentação deveria ser pauta em colégio, desde cedo. Se a criança fosse ensinada sobre o que come, ela não teria aversão a verduras e frutas. O médico deveria ter cadeira básica sobre alimentação, sem precisar se especializar pra isso, porque a gente adoece pela boca", defende.
Outro processo essencial para garantir a saúde geral do organismo, segundo enfatiza a dra. Cláudia, é a evacuação. Também nesse caso, a alimentação saudável é determinante para que o intestino funcione corretamente, assim como a garantir a ingestão suficiente de água e a prática de qualquer atividade física. "Fezes é fermentação. Só tem toxina. O maior índice de câncer é em pessoas que não evacuam com frequência. Muitas vezes a pessoa sente vontade de evacuar e se prende porque se sente incomodada em fazer isso fora de sua casa, do seu ambiente de conforto. Mas é importante não deixar de ir ao banheiro, não prender", orienta.