Após pronunciamento do deputado estadual Bruno Toledo do PROS, na sessão da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), na última quinta-feira (14), mais de 20 sindicatos do estado divulgaram uma nota onde repudiam "veementemente as posturas autoritárias do parlamentar, e permanecem firmes na defesa dos trabalhadores da educação, que se dedicam para construir a educação pública, gratuita, de qualidade, emancipadora e socialmente referenciada que o povo alagoano merece e precisa".
Durante pronunciamento o deputado anunciou que iráapresentar um requerimento à Mesa Diretora da ALE solicitando a convocação do professor e do diretor da Escola Estadual Lucilo José Ribeiro, em São José da Tapera, no Sertão de Alagoas, envolvidos num polêmica sobre a discussão de identidade de gênero durante atividade em sala de aula. Toledo também defende a convocação do vice-governador e secretário de Estado da Educação, Luciano Barbosa (PMDB).
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A nota critica a postura do deputado ao utilizar o espaço da tribuna para "atacar, constranger e ameaçar os professores do estado de Alagoas, ao proferir e reiterar de forma truculenta as ameaças de criminalização aos professores, ao SINTEAL - sindicato que representa a categoria e seus dirigentes".
Os sindicatos lembram ainda que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a Lei da Escola Livre. "Dessa forma, novamente, o parlamentar desrespeitou o Supremo Tribunal Federal que suspendeu a Lei da Mordaça, pois tenta impô-la na prática, ao tentar criminalizar uma escola e um professor por exercer a liberdade de ensinar e aprender, assegurada pela Constituição Federal no seu art. 206", destaca a nota.
Os sindicatos destacaram que, ao conceder uma liminar suspendendo na integralidade a lei, o ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, declarou "que não tem dúvidas sobre a plausibilidade da inconstitucionalidade integral da citada lei que pretende censurar a Escola de Alagoas". Para os sindicatos, o mais grave é que a "ação do parlamentar é claramente um discurso de ódio e de incitação à violência, e já teve seus efeitos práticos, com ameaças explícitas ao professor e à escola".
Além do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), assinaram o documento os sindicatos Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE); Central Única dos Trabalhadores (CUT); Comissão Pastoral da Terra (CPT); Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES); Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social (CNTSS); Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional no Estado de Alagoas (SINTETFAL); Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas (SINTUFAL); Sindicato dos Docentes da Uneal (SindUneal); Associação dos Estudantes Secundaristas de Alagoas (AESA); Rede de Educação Contextualizada para o Agreste e Semiarido (RECASA); Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Alagoas (Sindprev-AL); Sindicato dos Urbanitários de Alagoas; Sindicato dos Bancários de Alagoas; Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares (FETAG); Sindicato dos Trabalhadores ECT Correios e Telégrafos (SINTECT); Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas (SindJornal); Sindicato dos Trabalhadores em Sindicatos de Alagoas (SINTESFAL); Marcha Mundial das Mulheres em Alagoas (MMM/AL); Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Alagoas (SINDTICMAL); Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada de Alagoas (Sindticonspal); Instituto Jarede Viana; Rede Nacional de Advogados Populares (Renap-AL).