Ainda sem acordo com o Governo do Estado, os policiais militares e bombeiros de Alagoas estão acampados, nesta quinta-feira (12), em frente à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), no centro da cidade. A categoria, que pressiona o Executivo a atender ao pleito reivindicatório, inicia um aquartelamento nesta sexta (13).
De acordo com a coronel Camila Paiva, da Associação dos Bombeiros Militares de Alagoas (ABMAL), uma das ações definidas pelo Movimento foi o acampamento na Sefaz, que tem início hoje e segue até a categoria ser atendida.
Leia também
"Vamos ficar aqui nos revezando em pequenos grupos, inclusive, para dormir na frente do órgão estadual. Todas as ações visam chamar a atenção do governo", comentou a coronel.

Enquanto isso, os serviços da Força-Tarefa e da Ronda no Bairro, que são voluntários, não estão funcionando, visto que os militares não estão se apresentando. O coronel Maxwell Santos, por sua vez, nega a paralisação das atividades do Ronda no Bairro.
Além disso, como forma de alavancar as atividades de paralisação, a coronel explicou que a principal delas é o aquartelamento. Outras formas de pressão incluem a saída dos bombeiros lotados no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares (o que pode atrasar voos e gerar um clima de insegurança no local), o fechamento do Porto de Maceió e a ausência de militares no jogo entre CSA e Goiás, no Estádio Rei Pelé, pelo Campeonato Brasileiro, que é um evento privado e não é atribuição da PM fazer o serviço de segurança.
"Todos vão se apresentar no quartel, mas não vão sair para a rua. Esperamos que isso dure apenas um dia, mas, caso as negociações não sejam iniciadas, poderemos ficar mais dias aquartelados", assinalou a coronel.
PLEITO

Segundo a presidente da Associação dos Bombeiros, os militares possuem demandas desde o início do governo, como por exemplo, a verba para uniforme, que não é atualizada desde 2015. Eles também reclamam que sargentos e oficiais não recebem. Além disso, Tem a verba de alimentação, em que só podem comer uma vez em 12 horas. Essa verba é de 20 reais.
Outra reivindicação são ajustes na Lei de Promoção. Conforme a coronel Camila, a carreira do praça é de 47 anos, mas eles só podem ficar 35 anos em serviço, ou seja, as últimas patentes são inalcançáveis.
"É um direito inatingível e não tem nem lógica de permanecer na lei. Fizemos uma proposta de mudança dessa lei para adequar à nossa realidade e, até hoje, não foi atendido. Não há sensibilidade para atender nossos pleitos",
Outra demanda é a valorização salarial, que eles pleiteiam desde 2015. "Outras categorias da Segurança Pública foram atendidas, mas os militares foram desprezados pelo governo. Foi entregue uma tabela com uma proposta para os diferentes graus hierárquicos, mas o governo não sinalizou com nenhuma contraproposta", reforçou.
Ela afirma que o governo ainda não procurou as categorias para uma negociação. Eles pedem uma reunião diretamente com o governador, já que teriam passado por diversas reuniões com secretários e nada foi resolvido.